Astrônomos identificam 55 estrelas fugitivas expelidas de aglomerado R136 na Grande Nuvem de Magalhães

Astrônomos descobriram 55 estrelas fugitivas do aglomerado R136 na Grande Nuvem de Magalhães.

Representação artística elaborada com Inteligência Artificial de estrelasfugitivas. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital

Astrônomos do Telescópio Espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia, fizeram uma descoberta importante na Grande Nuvem de Magalhães, envolvendo o aglomerado estelar R136. Eles observaram a ejeção de 55 estrelas, conhecidas como estrelas fugitivas, um fenômeno inédito em tal escala. O R136, localizado a aproximadamente 158 mil anos-luz da Terra, é um aglomerado que abriga centenas de milhares de estrelas.

A pesquisa, publicada na revista Nature, revelou que essas estrelas foram expelidas em dois grandes eventos que ocorreram nos últimos dois milhões de anos. As estrelas estão se movendo a velocidades superiores a 100 mil km/h, ou cerca de 80 vezes a velocidade do som.

Os cientistas acreditam que essas estrelas massivas podem se transformar em supernovas, gerando buracos negros ou estrelas de nêutrons, podendo se afastar a até mil anos-luz de seu ponto de origem. Sob a liderança de Mitchel Stoop da Universidade de Amsterdã, a equipe aumentou em dez vezes a quantidade conhecida de estrelas fugitivas, utilizando a capacidade de mapeamento detalhado do Gaia.

As ejeções de estrelas são frequentemente desencadeadas por interações caóticas entre estrelas em formação. Os dados indicaram que o primeiro evento de ejeção ocorreu há 1,8 milhão de anos, enquanto o segundo, há cerca de 200 mil anos, apresentou um padrão de movimento mais ordenado, sugerindo interação com outro aglomerado estelar próximo.