As Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) anunciaram que irão inaugurar a Faculdade Santa Dulce em Salvador, com previsão de início das aulas até 2026. O primeiro curso oferecido será o de Medicina, seguindo o legado de Irmã Dulce, que já na década de 1970 abrigava estudantes de Medicina no Hospital Santo Antônio para aulas práticas. Segundo Maria Rita, sobrinha da santa e superintendente das Osid, a faculdade é a concretização de um sonho antigo de ampliar a formação de médicos que sigam os valores de cuidado, amor e atenção aos mais necessitados.
O projeto ganhou força após a doação de um prédio durante a pandemia de COVID-19 por um empresário que conheceu Irmã Dulce na década de 1970. O edifício, localizado no bairro de Patamares, já abriga o Centro Especializado em Reabilitação, que realiza cerca de 7 mil atendimentos mensais gratuitos, em 14 consultórios. As adaptações estão em andamento para que o espaço possa funcionar como uma faculdade, sem interromper os atendimentos do centro de reabilitação. “Estamos fazendo todas as adaptações para que o prédio funcione de forma funcional, permitindo que os futuros médicos vejam de perto o atendimento e o cuidado com os pacientes”, destacou Maria Rita.
Além disso, a superintendente ressaltou que parte do corpo docente da nova faculdade será composta por profissionais que já atuam nas Obras Sociais, e a instituição cobrará mensalidades compatíveis com o mercado, apesar de manter o compromisso de formar médicos comprometidos com os princípios humanitários da Osid. A faculdade é vista como um passo fundamental para ampliar o legado de Irmã Dulce, que hoje já forma jovens em várias áreas da saúde.
Atualmente, as Osid realizam 6,6 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano, além de 46 mil cirurgias e 63 mil internações. Desde a canonização de Irmã Dulce em 2019, o número de devotos, visitantes e doações para a instituição cresceu significativamente. No entanto, Maria Rita destacou que a instituição ainda enfrenta desafios financeiros por ser 100% vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), e precisa de doações para manter suas atividades. Hoje, a instituição conta com 22,5 mil sócios-protetores e espera chegar a 50 mil para garantir a continuidade do trabalho.