A amilase e sua influência na digestão e evolução humana

A amilase é fundamental para a digestão do amido e influencia a evolução humana.

Enima responsável por digerir o amido transformou a evolução humana. Crédito:kostrez - Shutterstock

Quando consumimos alimentos como pães e purês de batata, a digestão do amido começa com a amilase, uma enzima presente na saliva. Essa enzima tem sido crucial para a evolução humana, associada à utilização do fogo e ao desenvolvimento da agricultura.

Duas pesquisas recentes revelam que a variação no número de genes de amilase ocorreu em duas fases principais: a primeira há centenas de milhares de anos, ligada ao uso do fogo, e a segunda há aproximadamente 12 mil anos, quando as culturas agrícolas surgiram.

O geneticista Omer Gokcumen da Universidade de Buffalo liderou um estudo publicado na Science, que aponta a relevância da produção de amilase na adaptação alimentar da nossa espécie. Ele observa que essas variações podem estar conectadas a enfermidades contemporâneas, como diabetes, refletindo a relação entre alimentos ricos em amido e a saúde.

Um estudo adicional, conduzido por Peter Sudmant da Universidade da Califórnia, mostra que a quantidade de cópias do gene de amilase varia entre os indivíduos, com alguns apresentando até 11 cópias, ao passo que outros primatas, como os chimpanzés, possuem apenas um gene para essa enzima. Essa distinção sugere a singularidade da evolução humana.

Gokcumen também encontrou indícios de que humanos já tinham perto de cinco cópias de amilase há 45 mil anos. Apesar disso, permanece incerto o papel significativo dos genes adicionais de amilase na saúde moderna, já que a presente quantidade dessa enzima não parece ter grandes impactos na saúde atual.

Essas descobertas abrem possibilidades para tratamentos medicinais que possam explorar a amilase no combate aos efeitos adversos de dietas ricas em amido.