Cuidar das árvores existentes: uma nova estratégia contra o desmatamento

Cuidar das árvores existentes pode ser mais eficaz que plantar novas, afirmam especialistas.

Madeira das árvores Liriodendron tulipifera tem uma estrutura celular diferentede qualquer outra coisa. Crédito: Peter Turner Photography - Shutterstock

No debate sobre o desmatamento, a ideia comum de que é necessário plantar árvores pode não ser a mais eficaz. Embora as árvores desempenhem um papel crucial nos ecossistemas, a prática de plantar muitas vezes ignora os desafios que as florestas enfrentam atualmente. Com 400 milhões de anos de existência, as árvores resistiram a extinções históricas e a eras glaciais, mas enfrentam uma severa redução de 1,5 bilhão de hectares ao longo dos últimos 300 anos, levando a uma crise de biodiversidade e a amplificações de desastres naturais.

Evento que integra este cenário é o aumento de surtos de doenças que podem emergir do desmatamento. As árvores não apenas sequestram carbono e previnem a erosão, mas também ajudam na estabilidade ambiental. O aumento da percepção pública sobre esses benefícios resultou em uma expansão na área de florestas plantadas, de 170 milhões em 1990 para 293 milhões de hectares em 2020.

Em artigo na revista Nature, o ecologista Jake Robinson critica a visão de que erradicar o desmatamento é apenas uma questão de plantar mais árvores. Ele ressalta que a plantação com espécies únicas pode criar fraquezas genéticas, tornando as florestas mais suscetíveis a doenças.

Robinson sugere uma mudança de estratégia: ao invés de focar na plantação, priorizar os cuidados com as árvores jovens que já existem. Essa técnica poderá restaurar a diversidade genética e permitir a formação de um ecossistema mais robusto.