Participação marcante na Flica
No último sábado (19), a 12ª Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica) foi palco de um importante debate entre os autores Itamar Vieira Júnior e Kalaf Epalanga. O encontro ocorreu na Tenda Paraguaçu durante a roda de conversa intitulada “Linguagens, corpos, mistérios e chão”, que contou com grande público.
Itamar Vieira Júnior, laureado com o prêmio Jabuti em 2020, compartilhou suas reflexões sobre a transformação que a leitura provoca na narrativa. Em seu novo livro, “Salvar o Fogo”, ele argumentou que a percepção do leitor altera a essência da história, afirmando que “o controle total da narrativa é um mito; as personagens também têm suas próprias vozes”.
Ele destacou a narrativa em terceira pessoa como uma ferramenta que proporciona uma variedade de interpretações, enriquecendo a experiência do leitor. Itamar revelou que seu amor pela literatura, cultivado ao longo dos anos, foi crucial em sua formação como escritor, influenciando obras como “Torto Arado”, que foi inspirado na oralidade dos relatos de agricultores.
Ligações entre Brasil e Angola
Kalaf Epalanga, angolano radicado em Berlim, expressou sua gratidão pelo convite da Flica e falou sobre a forte influência que a música brasileira exerce em sua obra. Ele citou a importância de autores como Jorge Amado e Guimarães Rosa na literatura angolana, ressaltando que a riqueza cultural do Brasil está presente em sua formação como escritor. Kalaf concluiu destacando que “a música brasileira sempre esteve enraizada na minha formação como escritor”.