A nova pesquisa da Universidade do Colorado explora a relação entre relâmpagos e a liberação de elétrons de alta energia, conhecidos como “elétrons assassinos”. O estudo, veiculado na revista Nature Communications, indica que esses eventos atmosféricos podem desencadear um processo que se assemelha a um “pinball cósmico”, onde elétrons são expulsos para o espaço.
A descoberta foi feita enquanto os cientistas avaliavam dados de satélites, que mostravam a atividade dos elétrons no cinturão de radiação interno da Terra, uma região protegida pela magnetosfera. Esses elétrons, com potencial para causar danos significativos a satélites e astronautas, ressaltam a necessidade de entender melhor o impacto das condições espaciais na saúde humana.
O pesquisador principal, Max Feinland, liderou uma equipe que encontrou relações complexas entre os climas terrestre e espacial, que poderiam ser mais intricadas do que anteriormente imaginado.
Os cinturões de Van Allen, que retêm partículas energéticas, desempenham um papel crucial nesse contexto. Até recentemente, havia conhecimento apenas sobre a precipitação de partículas de baixa energia, mas agora, há evidências claras de que elétrons de alta energia também efetuam isso. O fenômeno acontece quando relâmpagos geram ondas de rádio que se conectam aos cinturões, resultando na “precipitação de elétrons induzida por raios”.
Analisando dados do satélite SAMPEX, a equipe observou que surtos de elétrons acontecem cerca de um segundo após relâmpagos registrados na América do Norte. Esta dinâmica é parecida com um “jogo de pinball cósmico”, com elétrons rapidamente se deslocando entre os hemisférios da Terra, ainda que por curtos períodos.
A frequência com que essas chuvas de elétrons acontecem, especialmente em ligação com períodos de alta atividade solar, continua sendo objeto de investigação.