Estudo revela a intensidade histórica dos fenômenos El Niño e La Niña

Estudo revela que fenômenos como El Niño e La Niña têm ocorrência de 250 milhões de anos e eram mais intensos.

Imagem: FrankHH/Shutterstock

Os fenômenos El Niño e La Niña, que atualmente afetam as mudanças climáticas em curso, têm uma longa história que se estende por 250 milhões de anos. Pesquisadores indicam que a força desses fenômenos no passado era significativamente maior do que a atualmente observada.

Esses fenômenos fazem parte do ciclo conhecido como El Niño-Oscilação Sul (ENOS), decorrente de variações na temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Em condições normais, ventos que sopram para o oeste ao longo do equador transportam água quente da América do Sul para a Ásia. Entretanto, o El Niño e La Niña criam interrupções nesse fluxo, alterando os padrões climáticos globais.

O fenômeno El Niño é responsável pelo aquecimento anômalo do oceano Pacífico na sua região equatorial, enquanto La Niña está ligado ao resfriamento dessas águas. Um estudo recente, publicado na revista PNAS, ilustra que, apesar da gravidade atual, os fenômenos são ainda mais potentes quando se olham para períodos históricos.

A pesquisa concluiu que a magnitude dessas oscilações climáticas é influenciada por fatores como a estrutura térmica do oceano e o chamado “ruído atmosférico”. Os cientistas utilizaram modelagem climática semelhante à do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para recriar as condições climáticas de 250 milhões de anos atrás.

As simulações mostraram que, naquela época, a radiação solar recebida era de aproximadamente 2% menor em comparação aos dias de hoje, enquanto os níveis de gases de efeito estufa estavam mais elevados, resultando em uma atmosfera e oceanos mais quentes. Esse estudo oferece valiosos insights sobre como o ENOS pode se comportar em um futuro que continua a ser moldado por mudanças climáticas.