As enguias elétricas, do gênero Electrophorus, são encontradas nos rios Amazonas e Orinoco. Elas são conhecidas por sua impressionante capacidade de gerar eletricidade com voltagens que variam de 480 a 860 volts. Segundo informações do IFL Science, esses peixes são os mais potentes geradores bioelétricos do planeta.
Diferente do que seu nome sugere, as enguias elétricas não são verdadeiras enguias, mas pertencem à família dos peixes-faca, relacionados a peixes-gato e carpas. Sua coloração é marrom-acinzentada e não possuem escamas, o que as ajuda na camuflagem. Elas podem atingir até 2,4 metros de comprimento e pesar até 22 quilos.
Possuindo uma visão limitada, habitam águas lamacentas, onde se comunicam e navegam utilizando pulsos elétricos de baixa intensidade, ativando poros sensíveis localizados em suas cabeças e corpos. Uma característica que as distingue das enguias verdadeiras é a falta de uma barbatana dorsal longa.
Anatomia e funcionamento
As enguias elétricas possuem três órgãos especializados: o órgão principal, o órgão de Hunter e o órgão de Sachs, que contêm eletrócitos, células musculares modificadas que podem liberar cargas elétricas. Os eletrócitos podem disparar em conjunto, possibilitando que a enguia atinja suas presas ou se defenda.
O órgão de Sachs, localizado na extremidade da cauda, é responsável pela emissão de pulsos elétricos de baixa voltagem, essenciais para comunicação e navegação.
De acordo com Dr. Rupert Collins, curador sênior de peixes no Museu de História Natural de Londres, as enguias elétricas funcionam como “baterias vivas”, devido à organização de suas células musculares para a criação de cargas elétricas. Os cientistas ainda investigam como essas enguias evitam os efeitos de seus próprios choques, mas acredita-se que a combinação de pulsos elétricos curtos e a absorção da água ao redor auxiliem nesse processo.
Além de suas habilidades elétricas, as enguias elétricas têm um modo de vida único. Elas respiram pela boca e têm a capacidade de defecar do que se assemelha a um “pescoço”, podendo liberar até 1.700 ovos por vez. Essas criaturas continuam a intrigar tanto pesquisadores quanto entusiastas da natureza.