Estudo revela a presença intensa de crianças e adolescentes nas redes sociais do Brasil

Estudo aponta que a maioria das crianças e adolescentes no Brasil está ativa nas redes sociais e enfrenta situações indesejadas.

Muitas não conseguem diminuir o uso (Imagem: Zwiebackesser/Shutterstock)

Dados preocupantes na presença digital

Nesta quarta-feira (23), foi apresentado o estudo TIC Kids Online Brasil 2024, que fornece um panorama sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no país. Realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), o estudo incluiu entrevistas com 2.424 crianças e adolescentes e 2.424 pais ou responsáveis, entre os meses de março a agosto de 2024.

Os resultados mostram que 83% dos jovens brasileiros utilizam redes sociais, como WhatsApp, Instagram, TikTok e YouTube. Notavelmente, 60% das crianças com idades entre 9 e 10 anos possuem contas em plataformas online, apesar das políticas de idade mínima estabelecidas pelas empresas, que proíbem usuários com menos de 13 anos.

A pesquisa também revela que 8% dos pais acreditam que seus filhos vivenciaram experiências negativas na internet, enquanto essa proporção chega a 29% entre os adolescentes de 9 a 17 anos. Entre aqueles que enfrentaram situações desconfortáveis, 31% relataram a situação para seus pais, 29% preferiram conversar com amigos e 17% contaram a irmãos ou primos. Curiosamente, 13% dos jovens não falaram com ninguém sobre esses acontecimentos.

Além disso, 93% dos jovens na faixa etária de 9 a 17 anos acessam a internet de forma habitual.

Outros achados importantes da pesquisa

  • 98% das crianças acessam redes sociais através de dispositivos móveis, em contraste com 37% que utilizam computadores.
  • O WhatsApp é utilizado diariamente por 71% dos jovens, seguido pelo YouTube (66%), Instagram (60%) e TikTok (50%).
  • 30% dos participantes já se conectaram com pessoas que não conheciam pessoalmente.
  • 24% dos adolescentes entre 11 e 17 anos tentaram restringir seu uso da internet, mas sem sucesso, enquanto 22% afirmaram que o tempo excessivo na rede impacta suas interações reais e deveres escolares.