Na quinta-feira, 24, durante uma transmissão ao vivo, a empresa chinesa DeepBlue Aerospace comercializou rapidamente dois ingressos para um voo espacial que ocorrerá em 2027. Cada passagem foi vendida por mais de um milhão de reais. O voo, que será suborbital, colocará os passageiros a bordo de uma espaçonave lançada pelo foguete reutilizável Nebula-1, desenvolvido internamente pela companhia. A experiência promete levar os viajantes a uma altitude de 100 a 150 km, superando a Linha de Kármán, que é o reconhecimento internacional do limite do espaço. A duração da viagem está prevista para cerca de 12 minutos, com pelo menos cinco minutos em ausência de gravidade.
Embora o valor de 1,5 milhão de yuans (aproximadamente R$1,2 milhão) possa parecer elevado, representa menos da metade do preço cobrado pela Virgin Galactic por seus voos similares, que chegam a 450 mil dólares (cerca de R$2,5 milhões).
A identidade dos compradores não foi divulgada. Para participar da compra, os interessados depositaram 50 mil yuans (quase R$40 mil). Os candidatos devem ter entre 18 e 60 anos e estar em boas condições de saúde, conforme as diretrizes da empresa. Antes de embarcar, os passageiros precisarão passar por avaliações médicas rigorosas, pois a experiência pode ser arriscada para pessoas com problemas de saúde, como cardíacos ou epilépticos. A DeepBlue Aerospace garante um retorno seguro à Terra, utilizando um sistema de paraquedas na espaçonave.
Além da sensação de gravidade zero, os viajantes poderão admirar a Terra e o espaço de uma nova perspectiva. A empresa descreve a experiência como mais do que um mero passeio, mas sim uma imersão no mistério e na vastidão do universo.
O anúncio da venda dos ingressos gerou grande interesse nas redes sociais, com reações variadas, onde alguns expressaram entusiasmo enquanto outros levantaram preocupações sobre a segurança e o custo elevado, que pode restringir a experiência a um grupo seleto de pessoas.
Representantes da DeepBlue Aerospace explicaram que a venda antecipada com três anos de antecedência é necessária devido à complexidade do desenvolvimento de foguetes reutilizáveis. A companhia planeja usar esse tempo para garantir a realização de todos os testes e ajustes necessários. Huo Liang, CEO da DeepBlue, acredita que, embora o turismo espacial ainda seja caro, os preços tendem a diminuir com o avanço da tecnologia. Em setembro, a empresa realizou um teste de recuperação do Nebula-1 em alta altitude, embora tenham surgido problemas técnicos no pouso, e um novo teste já está agendado para novembro. Os planos podem incluir um voo orbital e recuperação total em 2025.
