Suspeito de envolvimento na morte de motorista por app em Maceió diz que vítima implorou para não ser morta: ‘Sou evangélico’

Motorista de aplicativo foi morto em Maceió após ser rendido. Suspeito preso relatou tortura e acusou comparsa de cometer o crime.

Imagem: Reprodução/G1 e Gazetaweb

Márcio Vieira Rocha, motorista de aplicativo de 38 anos, foi assassinado em Maceió após ser rendido por dois suspeitos. Um deles, Rafael Tavares, confessou detalhes do crime durante depoimento. Ele afirmou que a vítima implorou pela vida, dizendo ser evangélica, enquanto era atacada a facadas por Bruno, comparsa que ainda está foragido.

Segundo o depoimento, Rafael chamou a corrida pelo próprio aplicativo no bairro Village Campestre, por volta das 3h da quarta-feira (20). Ele estava no banco traseiro, enquanto Bruno foi na frente. Logo após embarcarem, a dupla rendeu Márcio, amarrou suas mãos e pés e o colocou no banco de trás. Bruno, então, começou a torturar o motorista, exigindo senhas para transferências via Pix.

“A partir daí, o outro suspeito utilizou a faca para torturar Márcio, pedindo para que ele mandasse pix, falasse onde tinha dinheiro, onde estava o relógio, a corrente e o celular. A vítima pedia para não ser morta e eu falei que ele não ia morrer, que a gente só queria o dinheiro e os pertences dele. Só que o outro suspeito estava muito ‘afoito’ para querer fazer algo com o Márcio. Ele fez, na verdade, foi ele quem fez. Eu não dei facada, eu não fiz nada. Ele quem deu a facada no cara”, disse Rafael Tavares, chorando em depoimento.

Rafael relatou que um Pix de R$ 90 foi transferido para sua conta e que Bruno ficou com o celular, relógio e corrente da vítima. Após circularem entre Maceió e Rio Largo, os suspeitos levaram a vítima a um canavial no Benedito Bentes, onde Bruno matou o motorista, ignorando os apelos de Márcio. Rafael alegou que tentou impedir o assassinato, mas não teve sucesso.

“Ele amarrou [o Márcio] com corda. Ele desce em fachada [de prédios], então ele sabe dar aqueles nós bem ‘seguros’, sabe? Enquanto ele torturava o cara, a gente ficou rodando a cidade para não ficar parado. No meu pensamento a gente ia soltar o cara. [O plano] Era soltar o cara, abandonar o carro, deixar o cara amarrado e ir embora. Mas aí ele começou a matar o cara quando a gente parou o carro no canavial”, revelou.

O delegado Thiago Prado conduz as investigações, enquanto buscas seguem para localizar Bruno. Rafael, preso na sexta-feira (22), declarou que a intenção inicial era apenas roubar e negou ter praticado o assassinato.

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