O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está buscando fortalecer sua relação com a bancada evangélica, o que pode resultar em mudanças significativas na reforma ministerial programada para 2024.
Os parlamentares desse grupo têm demonstrado interesse em assumir ministérios e secretarias que promovam políticas públicas voltadas para a população de baixa renda. Nos últimos meses, o diálogo entre o Palácio do Planalto e os congressistas evangélicos se intensificou, com uma agenda de reuniões regulares.
Essa aproximação também é motivada pelo desejo da bancada evangélica de se distanciar do bolsonarismo, temendo perder influência para líderes religiosos com posturas menos conservadoras. Esses líderes têm conseguido maior acesso a recursos públicos para financiar projetos em áreas vulneráveis.
Um marco importante dessa reaproximação ocorreu em outubro, quando o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) fez uma oração pública pelo presidente Lula durante a sanção do Dia da Música Góspel, gerando críticas de aliados de Jair Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia.
Desde esse evento, o número de visitas de parlamentares evangélicos ao Palácio do Planalto aumentou, solidificando os laços entre o governo e esse grupo religioso. Essa movimentação reflete a intenção do governo de ampliar sua base de apoio no Congresso, ao mesmo tempo em que os políticos evangélicos buscam um papel mais proeminente na política nacional.