A construção da fábrica da montadora chinesa BYD em Camaçari, na Bahia, está no centro de uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após denúncias de condições inadequadas de trabalho. Imagens registradas no canteiro mostram refeições sendo servidas de forma improvisada em coolers e baldes, além de banheiros sem higiene e pias entupidas. Vídeos também destacam operários carregando cimento manualmente e descansando no chão.
As denúncias chegaram ao MPT no fim de outubro, levando a uma inspeção realizada no dia 11 de novembro. Além da BYD, três empresas terceirizadas contratadas para a execução da obra são alvo da apuração. Entre os documentos requisitados estão contratos de trabalho, planos de segurança ocupacional e vistos de trabalho dos estrangeiros envolvidos no projeto. Relatos de violência física também estão sendo analisados.
Em coletiva nesta segunda-feira (2), Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, assegurou que a montadora segue rigorosamente as normas brasileiras e não tolera irregularidades. Ele anunciou que a empresa intensificará a fiscalização no canteiro e tomará medidas para evitar novos problemas. Apesar das acusações, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, declarou confiança na empresa e apoio para resolver as pendências.
Com previsão de iniciar as operações em janeiro de 2024, a fábrica já criou 2 mil vagas, número que deve chegar a 10 mil em 2025. Além da produção de veículos elétricos, a unidade fabricará chassis para ônibus e caminhões e processará materiais como lítio.