Uma pesquisa da Universidade Estadual do Arizona e do Instituto Banner-Alzheimer’s sugere uma conexão entre a doença de Alzheimer e o citomegalovírus (CMV), um membro da família do herpes. Publicado na revista Alzheimer’s & Dementia, o estudo, datado de 19 de dezembro, indica que até 45% dos casos de Alzheimer podem estar associados a este vírus.
Os pesquisadores descobriram que infecções intestinais crônicas provocadas pelo CMV podem contribuir para o surgimento de um subtipo específico da doença anos após a infecção inicial. Ben Readhead, coautor do estudo, afirmou que “podemos ter identificado um subtipo biologicamente distinto de Alzheimer que afeta entre 25% e 45% dos diagnosticados com a doença”.
Se confirmada a hipótese, os cientistas pretendem investigar o uso de antivirais para prevenir ou tratar a condição relacionada ao CMV, desenvolvendo também um exame de sangue para detectar a infecção. O CMV é comum e geralmente assintomático, mas pode causar problemas graves em indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
Os pesquisadores notaram que, em alguns casos, o vírus pode permanecer ativo no intestino e migrar para o cérebro, onde a microglia o reconhece, ativando o gene CD83, associado ao Alzheimer. Apesar dessas descobertas, especialistas enfatizam que a maioria das pessoas que entra em contato com o CMV não desenvolve Alzheimer, com cerca de 80% apresentando anticorpos contra o vírus aos 80 anos, o que sugere que a exposição ao CMV não é, por si só, um fator de risco.
Essa pesquisa abre novas possibilidades para a compreensão e o tratamento da doença.