Lindiane Rufino Soares, de 34 anos, foi morta pelo próprio marido, Gilmar Correia, com mais de 50 golpes de faca em sua residência no bairro São Marcos, em Salvador, na noite de domingo (5). Após o assassinato, Gilmar arrancou o polegar da vítima para desbloquear o celular dela, enviando uma foto de si mesmo com uma mensagem debochada para a mãe de Lindiane.
Logo após cometer o crime, Gilmar saiu do apartamento levando a faca usada no feminicídio e uma mochila contendo os celulares do casal. Ele foi detido em flagrante pela polícia na Avenida Gal Costa, na madrugada da última segunda-feira (6). Durante a abordagem, ele confessou ter descartado a mochila e a faca em um matagal na mesma avenida, mas os itens ainda não foram localizados.
Na terça-feira (7), Gilmar passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada. Lindiane e Gilmar tinham uma filha de 10 anos, que agora está sob os cuidados de familiares da vítima.
Entenda o caso:
Segundo familiares de Lindiane Rufino Soares, o casal estava em conflito desde o dia 1º de dezembro, quando discutiram durante um passeio. Apesar disso, passaram o réveillon juntos. No entanto, no dia 1º de janeiro, uma nova discussão ocorreu, motivada por ciúmes de Lindiane, conforme relatou seu irmão, Felipe Soares. Após a briga, o casal retornou para casa.
No dia seguinte, Gilmar Correia, que trabalha embarcado, pediu uma folga ao chefe, alegando ter problemas pessoais para resolver. Com a liberação obtida, ele ligou para Lindiane pedindo uma chance de conversar e resolverem o desentendimento. Segundo Felipe, a irmã aceitou o pedido de reconciliação, sem imaginar o desfecho trágico. “Ele já tinha tudo planejado. Pegou minha sobrinha, mandou para a casa da minha irmã mais velha, e ficou a tarde inteira com minha irmã pensando no crime”, afirmou Felipe.
Ainda de acordo com o irmão, Lindiane preparou almoço e lanche para a tentativa de reconciliação. Durante o encontro, Gilmar consumiu álcool e drogas, comportamento que, segundo Felipe, ele também teria induzido na vítima. “Ele deu muita bebida e drogou minha irmã. Tudo o que eu quero é justiça. Esse homem precisa pagar pelo que fez. É um monstro”, desabafou.
Após cometer o feminicídio, Gilmar chamou um motorista de aplicativo para fugir. Porém, ao perceber que o suspeito estava com a roupa coberta de sangue, o condutor recusou a corrida. Conforme relato da família, Gilmar ainda tentou esfaquear o motorista.
Gilmar foi detido momentos depois por uma policial militar que, fora do serviço, notou sua aparência suspeita – roupas manchadas de sangue e comportamento incoerente – nas proximidades do estádio Barradão. A agente realizou a prisão imediatamente.
Felipe também destacou mudanças no comportamento de Gilmar ao longo do relacionamento. “No começo ele era bom para minha irmã e minha sobrinha, mas depois ficou ciumento. As drogas e o ciúme o levaram a cometer esse crime. Ele matou minha irmã sem motivo algum”, lamentou.