A exploração do universo continua a surpreender os cientistas, especialmente com as recentes descobertas relacionadas às galáxias ultradifusas (UDGs) no aglomerado de Hydra. Essas galáxias anãs, descobertas há menos de uma década, têm intrigado astrônomos devido à sua estrutura singular e aos mistérios que cercam sua formação.
A nova pesquisa revelou que em cerca de 50% das galáxias analisadas, as estrelas apresentavam um padrão de movimento inesperado, desafiando teorias anteriores sobre a cinemática estelar. A equipe responsável pelo estudo observou o movimento estelar em 30 UDGs localizadas a impressionantes 160 milhões de anos-luz da Terra. “Ao mapear a cinemática estelar, encontramos uma rotação significativa em muitas dessas galáxias”, afirma o grupo em seu artigo científico.
A pesquisa, realizada por meio do programa MUSE, também conhecido como LEWIS, utilizou o espectrógrafo de campo integral instalado no Very Large Telescope (VLT). O projeto visa aprofundar a compreensão sobre a formação galáctica utilizando ferramentas avançadas. Chiara Buttitta, pesquisadora do Instituto Nacional de Astrofísica e coautora do estudo, comentou sobre o entusiasmo da equipe: “Encontramos algo que não esperávamos observar”, ressaltando a importância das descobertas para o avanço da astrofísica.
Desde seu primeiro contato com as UDGs em 2015, essas galáxias têm sido um desafio para a comunidade científica. Os resultados obtidos até agora validaram a eficiência do projeto LEWIS, que já duplicou o número de UDGs analisadas por espectrógrafo. Enrichetta Iodice, diretora científica do LEWIS, descreveu o projeto como uma “mina de ouro de dados”, ressaltando a colaboração da equipe para reconstruir a história da formação desses sistemas galácticos.