A prisão em flagrante de Andrei de Jesus dos Santos, o Lacoste, 22 anos, foi convertida em prisão preventiva nesta quinta-feira (9), segundo informações da Polícia Civil. Ele confessou o envolvimento no assassinato do compositor Felipe Yves Magalhães Gomes, 21, ocorrido na segunda-feira (6). A polícia também divulgou o retrato de Railson Couto dos Santos, 22, o Penga, que é mais um suspeito de envolvimento no crime.
Na terça-feira (7), a polícia informou que procura também por Ueslei Silva Sarinho, o Helis, 22. Ele é apontado como o principal responsável pelo crime e, segundo testemunhas, é líder da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM) que organiza o tráfico de drogas na região. Tanto ele quanto Railson, tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça.
Até o momento, além de Andrei, um adolescente de 17 anos foi apreendido por envolvimento no crime. Ele foi encaminhado, por meio da Vara da Infância e da Juventude, para internamento no Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case).
Os três homens e o adolescente são suspeitos de semi degolar e depois atirar em Felipe. O crime aconteceu na comunidade da Independência, em Boca da Mata, e o corpo do compositor foi encontrado em um matagal, no mesmo bairro.
Segundo informações levantadas pelo Serviço de Inteligência (SI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Ueslei não está mais na região de Cajazeiras e, por isso, a polícia tem intensificado as buscas na Região Metropolitana de Salvador, em municípios como Camaçari, Simões Filho e Dias d’Ávila.
Decisões contrárias
A prisão preventiva de Andrei foi a segunda decisão judicial sobre o caso. A primeira, assinada pela juíza plantonista Rita de Cássia Ramos de Carvalho, considerou as provas apresentadas pela polícia como insuficientes para converter a prisão em flagrante.
"Consultando os autos, verificamos que não encontram-se presentes elementos que possam assegurar a imprescindibilidade da medida para as investigações do IP (Inquérito Policial). Além disso, não há se quer prova da materialidade do delito, visto inexistir nos autos laudo cadavérico, sendo imprescindível tais requisitos para o deferimento da custódia dos investigados", diz a decisão.
Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o pedido de indeferimento da prisão foi feito pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e acatado pela juíza. A decisão foi expedida às 6h03 desta quinta. "Assim sendo, acolho o parecer ministerial, e indefiro a prisão temporária requerida", concluiu a magistrada.
À tarde, a Polícia Civil informou, em nota, que uma nova decisão judicial aceitou e decretou a prisão preventiva de Andrei e as prisões temporárias (aquela que tem validade de 30 dias) para Ueslei e Railson.
Rivalidade
Segundo fontes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Felipe Yves foi assassinado pouco depois das 5h de segunda-feira. Andrei e o adolescente contaram aos investigadores que o cantor passou a madrugada bebendo na comunidade da Independência.
“Ainda não sabemos exatamente como ele chegou lá (Independência), mas que num determinado momento, os traficantes perguntaram quem ele conhecia na comunidade, foi aí que resolveram matá-lo”, contou a fonte.
Felipe Yves disse que conhecia um rapaz chamado Euler, que mora na localidade de Fazenda Grande II, região dominada por traficantes rivais. “Então, levaram ele para um matagal, perto de um campo de futebol e o mataram. Felipe morreu com quatro tiros”, disse o policial.
O corpo dele foi sepultado na terça-feira, no cemitério Bosque da Paz. O compositor era casado e não tem filhos. Familiares e amigos dele organizam um protesto para a manhã deste domingo (12). O horário e o local ainda não foram divulgados.
Quem tiver informações sobre o caso pode ajudar a polícia através do Disque Denúncia nos números (71) 3235-0000, para quem está em Salvador e Região Metropolitana, ou 181, para quem está no interior do estado. O sigilo é garantido.