A história do Titanic, marcada por atos de bravura e um desfecho triste, ganha contornos mais nítidos com a recente divulgação de scans 3D superdetalhados dos destroços. Essas imagens, resultado do trabalho em conjunto da National Geographic e da Atlantic Productions, trazem à tona detalhes importantíssimos que confirmam o que testemunhas contaram e jogam luz sobre os momentos derradeiros do navio.
A tecnologia usada, que mistura Light Detection and Ranging (lidar) e fotogrametria, fez com que fosse possível capturar 700 mil fotos que mostram a cena do naufrágio com uma riqueza de detalhes nunca vista antes.
O que as novas imagens do Titanic mostram?
Uma das descobertas mais impressionantes é a confirmação dos relatos sobre a coragem da equipe de engenheiros do Titanic. As imagens mostram válvulas abertas e caldeiras danificadas, o que prova que a equipe manteve os equipamentos funcionando até o último instante.
O objetivo era manter as luzes acesas e o navio com energia, o que ajudaria na evacuação dos passageiros e da tripulação nos botes salva-vidas.
“Eles mantiveram as luzes e a energia funcionando até o fim, para dar tempo à tripulação de lançar os botes salva-vidas com segurança, com alguma luz, em vez de na escuridão total”, disse o analista do Titanic Parks Stephenson à BBC.
Além da bravura, as imagens mostram detalhes importantes sobre o que aconteceu. A descoberta de uma vigia destruída, provavelmente pelo iceberg, reforça o que os sobreviventes contaram sobre a entrada de gelo nas cabines durante a batida.
A análise das imagens também indica que o estrago causado pelo iceberg atingiu seis compartimentos do navio, e não quatro como se pensava antes.
Apesar de toda a precisão dos scans, algumas perguntas continuam sem resposta. A parte danificada da proa, que está escondida sob o fundo do mar, não permite que se confirme visualmente simulações sobre os estragos provocados pelo iceberg. Mesmo assim, os scans 3D representam um grande passo para entender o que aconteceu com o Titanic.
Stephenson afirma: “Temos dados concretos que os engenheiros podem usar para examinar a verdadeira mecânica por trás da separação e do naufrágio e, assim, chegar ainda mais perto da verdadeira história do desastre do Titanic. Para a próxima geração de exploração, pesquisa e análise do Titanic, este é o começo de um novo capítulo.”