Cientistas nos Estados Unidos alcançaram um feito impressionante: criaram um mapa cerebral 3D de um mamífero com um nível de detalhe nunca antes visto. Imagine poder observar cerca de 75 mil neurônios, todos identificados no córtex de um camundongo! É como ter um Google Maps do cérebro.
Essa conquista faz parte do programa MICrONS, uma iniciativa coordenada por laboratórios de peso como o Instituto Allen de Ciência do Cérebro, a Universidade de Princeton e a Faculdade de Medicina Baylor. O objetivo? Nada menos que “revolucionar o aprendizado de máquina” a partir do estudo aprofundado do cérebro. Os dados obtidos prometem insights valiosos sobre o funcionamento desse órgão vital.
Como o mapa foi construído?
A amostra analisada, incrivelmente, é menor que um grão de areia. Os cientistas a reconstruíram para entender melhor a inteligência, a consciência e até condições neurológicas como Alzheimer, Parkinson, autismo e esquizofrenia. A equipe utilizou microscópios superpotentes para registrar a atividade cerebral na área estudada enquanto o camundongo assistia a vídeos e clipes do YouTube.
O milímetro cúbico do cérebro foi então fatiado em 25 mil camadas finíssimas, cada uma com 1/400 da espessura de um fio de cabelo. Imagens em alta resolução de cada fatia foram capturadas com microscópios eletrônicos. A reconstrução das células só foi possível com o uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina.
O Dr. Clay Reid, neurobiólogo do Instituto Allen, disse ao The Guardian que essa reconstrução permite testar teorias antigas e descobrir coisas totalmente novas. É como explorar um território desconhecido!
Novas Descobertas
Uma das descobertas mais interessantes é que as células inibitórias, responsáveis por controlar a atividade neural, são altamente seletivas. Elas atuam em cooperação, e não apenas como um freio geral. O Dr. Nuno da Costa, também do Instituto Allen, comparou o mapa a uma planta baixa detalhada. Ele acredita que, no futuro, será possível comparar a fiação cerebral de um camundongo saudável com a de um modelo de doença.