Cientistas criam pele sintética em 3D para substituir testes em animais
Uma excelente notícia para quem defende os direitos dos animais! Uma alternativa inovadora pode acabar com o sofrimento em testes de cosméticos, uma pauta importante para muitos ativistas. No Brasil, essa prática já é proibida desde 2023, mas a novidade promete ser um grande avanço global.
Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria, e do Instituto de Tecnologia de Vellore, na Índia, uniram forças para criar uma pele sintética impressa em 3D. O material inovador, divulgado pelo portal The Verge, poderá substituir a pele animal em testes de cosméticos.
Imagine um hidrogel impresso em 3D que, combinado com células orgânicas, forma um tecido muito parecido com a pele humana. É exatamente isso que os cientistas desenvolveram! Esse substituto sintético da derme biológica oferece um ambiente flexível e ideal para o desenvolvimento das células.
Como funciona essa pele sintética?
O hidrogel serve de suporte para as células da pele, permitindo que cresçam e se multipliquem. O desafio foi equilibrar essa função biológica com a necessidade de criar impressões 3D estáveis, tanto do ponto de vista químico quanto mecânico.
Esforço global para acabar com testes em animais
Os centros de pesquisa dividiram as tarefas: os austríacos focaram em estabilizar o material química e mecanicamente. Já os indianos realizaram testes para avaliar a resistência e a toxicidade das impressões 3D em cultura de células. O processo foi acompanhado por até três semanas, até que as células se desenvolvessem em tecido cutâneo.
Nesse estágio, o tecido imita a estrutura de três camadas e a biomecânica da pele humana. Os cientistas afirmam que estão prontos para usar o primeiro lote de modelos de pele em testes com nanopartículas. Se tudo correr bem e o hidrogel for otimizado, a técnica poderá ser usada em diversos testes cosméticos.
Vale lembrar que essa não é a única pesquisa na área. A L’Oréal já havia criado um método para reconstruir amostras de pele usadas em testes e fornece o Episkin a outras marcas. Em 2011, cada amostra custava cerca de US$ 70, segundo relatos da época.
Em 2015, a L’Oréal se juntou à Organovo, empresa de bioimpressão 3D, para buscar formas de imprimir tecido cutâneo. Em 2024, a empresa afirmou ter criado um método próprio de impressão 3D de pele reconstruída e apresentou seus avanços no evento VivaTech, em Paris.