O histórico Santos Futebol Clube anunciou, na tarde desta segunda-feira (14), a demissão do técnico português Pedro Caixinha. A decisão veio após uma sequência de três jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro, culminando com a derrota por 1 a 0 para o Fluminense no último sábado. O Peixe conquistou apenas um ponto nas primeiras rodadas da competição nacional e ocupa atualmente a 18ª posição, dentro da zona de rebaixamento.
O projeto que começou com esperança em janeiro deste ano chegou ao fim após apenas três meses. Caixinha comandou o Santos em 16 partidas oficiais, registrando um aproveitamento modesto de 37,5%, com seis vitórias, três empates e sete derrotas. Os números não foram suficientes para convencer a diretoria santista sobre a continuidade do trabalho.
“O Santos Futebol Clube informa que o técnico Pedro Caixinha não comanda mais o time profissional”, anunciou o clube em comunicado oficial nas redes sociais. A nota também confirmou a saída de toda sua comissão técnica, incluindo os auxiliares Pedro Malta e José Pratas, o preparador físico Guilherme Gomes e o preparador de goleiros José Belman.
A pressão sobre o treinador português vinha aumentando significativamente nas últimas semanas. Além dos resultados negativos, Caixinha enfrentava críticas internas e da torcida relacionadas às suas escolhas táticas e escalações. A eliminação na semifinal do Campeonato Paulista para o arquirrival Corinthians também pesou contra o português.
O interino César Sampaio assumirá o comando técnico temporariamente enquanto a diretoria busca um substituto definitivo. Segundo fontes próximas ao clube, Thiago Carpini, atual técnico do Vitória e com passagens recentes por Juventude e São Paulo, despontou como um dos principais nomes para assumir o cargo.
Carpini ganhou notoriedade no cenário nacional após bons trabalhos em clubes de menor investimento. No Juventude, conseguiu resultados expressivos, e no São Paulo, teve momentos de destaque antes de sua saída. Seu estilo de jogo pragmático e capacidade de organização defensiva atraíram a atenção da diretoria santista.
A contratação de Caixinha havia sido uma das primeiras decisões importantes do CEO Pedro Martins, que chegou ao Santos em dezembro de 2024 após deixar o Botafogo. Martins foi responsável pela reformulação do departamento de futebol do clube, que incluiu a demissão do executivo Alexandre Gallo e do assistente técnico Marcelo Fernandes, figura histórica do clube que comandou o time em várias ocasiões.
Na coletiva após a derrota para o Fluminense, Caixinha já demonstrava sinais de pressão ao admitir problemas táticos: “Não deu praticamente nada certo em termos daquilo que foi a primeira parte. Queríamos criar contra o meio-campo do Fluminense aquilo que era uma superioridade numérica, mas não conseguimos encontrar esses espaços para ter mais controle do jogo”, declarou o treinador.
O gol sofrido nos acréscimos no Maracanã, marcado por Samuel Xavier após um chute desviado, parece ter sido a gota d’água para a diretoria santista. A equipe mostrou dificuldade para criar chances claras de gol e organizou-se defensivamente de maneira frágil durante todo o confronto.
O Santos volta a campo no próximo fim de semana, já sob novo comando técnico, buscando sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro. A expectativa é que o clube anuncie o novo treinador nos próximos dias, com a missão de tirar o Peixe da zona de rebaixamento e reconstruir a confiança abalada pelo início ruim na competição.