Um achado curioso agitou a Praia de Peruíbe, em São Paulo: um dragão azul, criatura marinha raríssima, foi encontrado sem vida na areia. A bióloga Gemany Caetano registrou o momento, e as fotos viralizaram nas redes sociais. Mas, afinal, o que é esse “dragão” e por que ele apareceu por aqui?
O dragão azul, conhecido cientificamente como *Glaucus atlanticus*, é uma espécie de lesma do mar que vive em mar aberto. Ele flutua de barriga para cima, e sua coloração azul intensa serve como camuflagem. Normalmente, eles aparecem em praias após ressacas ou ciclones, mas também podem ser encontrados em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos.
Características e hábitos curiosos
Essa pequena maravilha pertence à ordem Nudibranchia e possui algumas características bem peculiares. Uma delas é a capacidade de armazenar oxigênio no estômago, o que permite que ele flutue sem esforço na superfície do mar. Além disso, ele se alimenta de outros moluscos e até da temida caravela-portuguesa, famosa por sua peçonha.
Por ser um animal exclusivamente aquático, o dragão azul não sobrevive em terra firme. Quando as ondas o levam para a areia, ele não consegue retornar ao mar e acaba morrendo. Essa é uma das razões pelas quais é tão raro avistá-lo em praias, principalmente no Brasil.
Importância para a ciência
Apesar de sua raridade, o dragão azul tem um papel importante na ciência. Os nudibrânquios, grupo ao qual ele pertence, são estudados para a criação de novos remédios e para pesquisas neurológicas. Atualmente, a pesquisadora Gemany Caetano, que fez o registro do animal, está conduzindo um estudo sobre esse grupo de moluscos na Universidade de São Paulo (USP), buscando ampliar o conhecimento sobre o papel desses organismos nos oceanos.