Uma estatística inquietante ecoou pelas paredes da Câmara Municipal nesta semana: homens brasileiros vivem, em média, 7,2 anos a menos que as mulheres. O dado, apresentado pelo vereador Valmir Rocha durante a última sessão, não foi apenas um número jogado ao vento. Ele veio acompanhado de um apelo direto por mudanças concretas na saúde do homem no município.
Valmir Rocha não poupou palavras. Em tom firme, destacou a necessidade de ampliar campanhas de prevenção, melhorar o acesso a exames e consultas e combater o preconceito que ainda afasta muitos homens das unidades de saúde. “Homem não é super-herói”, lembrou, citando especialistas do Ministério da Saúde, ao reforçar que a cultura de evitar médicos e exames tem custado vidas preciosas.
A preocupação do vereador não é isolada. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar cerca de 239 mil novos casos de câncer entre homens a cada ano, sendo o câncer de próstata responsável por 30% desses diagnósticos. Só o câncer de próstata representa cerca de 72 mil novos casos anuais, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. E o cenário pode piorar: o Ministério da Saúde projeta mais de 700 mil novos casos de câncer em homens até 2025.
Além do câncer, doenças cardiovasculares, infartos e até acidentes de trânsito lideram as causas de morte prematura entre homens brasileiros. Segundo especialistas, fatores como sedentarismo, alimentação inadequada, consumo de álcool e tabaco e, principalmente, a baixa procura por atendimento médico, agravam o quadro.
Durante a sessão, Valmir Rocha defendeu a necessidade de políticas públicas mais robustas, como a ampliação de horários de atendimento nas unidades de saúde, campanhas educativas permanentes e a criação de programas específicos para o público masculino. Ele ressaltou que, apesar das iniciativas nacionais, como a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, ainda há muito a ser feito para garantir que homens busquem e recebam o cuidado necessário.
A fala do vereador repercutiu entre os colegas, que reconheceram a urgência do tema. Dados recentes mostram que 75% das doenças que afetam os homens estão concentradas em áreas como cardiologia, urologia, saúde mental e gastroenterologia, reforçando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para enfrentar o problema.
Ao final da sessão, ficou registrado o compromisso de buscar recursos e parcerias para fortalecer as ações voltadas à saúde do homem no município. O debate permanece aberto, com a expectativa de que as propostas apresentadas avancem e tragam resultados práticos nos próximos meses.