Marte continua a surpreender! O rover Curiosity, da NASA, descobriu um “arquivo químico” na cratera Gale que indica um ciclo de carbono bem antigo por lá. Essa descoberta sugere que o planeta vermelho já teve uma atmosfera bem mais densa e quente, daquelas que poderiam manter água líquida na superfície.
Curiosity analisou amostras de rochas entre 2022 e 2023, usando um difratômetro de raios X. As amostras foram retiradas de camadas que mostram a transição de leitos de lagos antigos para ambientes mais secos e expostos ao vento. A pesquisa toda foi publicada na revista Science, viu?
O rover encontrou concentrações altas de siderita (carbonato de ferro) em áreas ricas em sulfato de magnésio. O mais interessante é que os sensores que ficam na órbita de Marte não tinham detectado esses carbonatos antes. Esses carbonatos se formaram quando a água e as rochas reagiram, mostrando que o CO₂ da atmosfera foi “capturado” e guardado na crosta marciana.
Essa descoberta ajuda a entender para onde foi o carbono que, em tempos passados, ajudava a manter um clima que permitia a existência de água líquida. Os cientistas acreditam que esses depósitos de sulfato podem ser bem comuns em outras áreas de Marte, funcionando como um grande depósito de carbono escondido no planeta.
E não para por aí! Existem sinais de que parte desse carbono voltou para a atmosfera em outros momentos, o que indica que pode ter existido um ciclo de carbono ativo em Marte no passado. Essas descobertas mostram que o planeta é mais dinâmico do que se pensava e dão pistas sobre lugares que poderiam ter sido habitáveis.
Novidades da Cratera Jezero
Enquanto isso, o rover Perseverance continua mostrando que Marte tem surpresas incríveis escondidas sob a poeira. Depois de subir por três meses a borda oeste da Cratera Jezero, o robô da NASA chegou à “Colina da Hamamélis”, uma região que está superando as expectativas da agência espacial.
Os cientistas dizem que essas rochas foram jogadas para fora de áreas subterrâneas há bilhões de anos, provavelmente pelo impacto que formou a própria cratera. Algumas dessas rochas já ficaram enterradas e mostram sinais de contato com a água, um resquício de quando Marte era um lugar bem mais úmido.
A equipe do Perseverance já teve dificuldades antes, como tentativas de perfurar rochas mais frágeis. Mas a persistência valeu a pena. Numa área chamada “Tablelands”, o rover encontrou minerais que se formaram quando grandes quantidades de água reagiram com rochas cheias de ferro e magnésio. Dessa vez, a coleta foi um sucesso!
O Perseverance já coletou 27 amostras de solo e rochas, se tornando a primeira missão a criar um depósito fora da Terra. Desde que chegou ao planeta, o rover já fez cerca de 800 mil fotos, um verdadeiro tesouro visual que ajuda a entender melhor o passado de Marte. E a aventura continua, com muito mais para explorar nos próximos anos.