Fim de tarde abafado no sertão.
Um estalo rompe o silêncio.
Mais dois.
Quando o som dos tiros parou, três homens – apontados como assassinos de aluguel que atuavam entre Alagoas e Bahia – já estavam feridos dentro de uma viatura a caminho do Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS). Nenhum deles resistiu. 
Segundo a Polícia Militar de Alagoas, as guarnições foram ao povoado Porto da Barra depois de receber uma denúncia anônima de que o trio se escondia numa casa simples, às margens da BR‑110. A patrulha entrou na comunidade por volta das 17h; antes mesmo do pedido de rendição, os agentes teriam sido recebidos a tiros. A resposta veio imediata. No imóvel, foram recolhidas duas pistolas calibre 9 mm, um revólver .38, munição extra, celulares e documentos que, de acordo com investigadores, podem ligar os suspeitos a pelo menos quatro execuções ocorridas este ano nos dois estados. 
Mesmo com a rápida remoção, o HRAS confirmou que os homens chegaram sem sinais vitais. A unidade, referência para 10 municípios sertanejos e com 153 leitos, já ultrapassou 900 mil atendimentos desde que foi inaugurada em 2021, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. 
Moradores contaram que ouviram “mais de dez disparos” e que algumas crianças brincavam na praça recém‑pavimentada quando a troca de tiros começou – ninguém além dos suspeitos se feriu. Uma equipe do Instituto de Criminalística isolou o local. As armas apreendidas seguem para confronto balístico; a perícia quer saber se elas foram usadas em homicídios recentes ocorridos nos municípios de Mata Grande e Paulo Afonso. 
Até o fechamento desta matéria, os corpos permaneciam aguardando reconhecimento familiar, e o inquérito policial seguia em sigilo para não comprometer as diligências em curso.