A novela da possível investigação sobre a venda do antigo Bahia Othon Palace Hotel, em Ondina, continua! Já se passaram 15 dias desde que o pedido de criação de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) deu entrada na Câmara Municipal de Salvador, e até agora, nada de avanços.
Para que a CEI saia do papel, o vereador Sidninho (PP), que também manda na Comissão de Constituição e Justiça, precisa coletar, no mínimo, 14 assinaturas entre os 43 vereadores. Sem esse apoio, o assunto nem chega a ser discutido no plenário da Câmara.
União Brasil, Progressistas e PSDB, que juntos somam um bom número de cadeiras na Câmara, seriam peças-chave para destravar a situação. Mas, pelo visto, nem a união desses partidos foi suficiente para dar o empurrãozinho que faltava na investigação da venda do Othon. Fontes do Bahia Notícias revelam que o requerimento ainda não tem as assinaturas necessárias e nem chegou nas mãos do presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB).
Sidninho levanta suspeitas sobre o novo projeto da Moura Dubeux, empresa que comprou a área em dezembro de 2023. Segundo ele, o que a imobiliária pretende fazer no local é diferente do que estava previsto na escritura original de 1970, assinada por Antônio Carlos Magalhães.
“O Othon sempre foi um símbolo do turismo na cidade. Agora, querem construir edifícios e comércios no lugar. Não sei se a venda é legítima, mas legal, com certeza não é”, disparou o vereador. A escritura da época dizia que ali só podia funcionar um hotel de turismo de nível internacional. A Moura Dubeux, por outro lado, quer construir um baita residencial de luxo, que deve render uns R$ 615 milhões.
Se a CEI for criada, os vereadores ganham superpoderes para investigar, como se fossem autoridades judiciais. E, se encontrarem algo errado, podem mandar o caso para o Ministério Público, para que os culpados respondam na Justiça.