O ex-prefeito de Canapi, Celso Luiz, voltou a ser alvo da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 12, acusado de desvios de recursos públicos na Prefeitura de Canapi, no sertão do Estado. A fraude foi denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE) e veiculada em rede nacional em programa da Rede Globo.
Segundo a denúncia, o esquema criminoso consistiria em usar beneficiários do Bolsa Família, às vezes alheios ao esquema, para desviar cerca de R$ 10 milhões em recursos públicos. A investigação detectou irregularidades na aquisição de merenda, fraldas, transporte escolar e gerenciamento de carros-pipas entre 2012 e 2016, período em que Celso Luiz esteve à frente do município.
Além de Celso Luiz, foram conduzidos à sede da PF em Maceió os secretários Jorge Valença, Carlos Alberto e o vice Genaldo Vieira para prestar novos esclarecimentos.
Esta é a segunda vez que Celso Luiz é preso. Em 2007, o então deputado estadual foi preso durante a Operação Taturana, maior operação policial no Estado, que resultou na prisão de nove deputados estaduais acusados de desviar mais de R$ 200 milhões do Legislativo estadual.
Nota da Polícia Federal
Em nota, a PF informou que foram cumpridos mandados em Canapi, Mata Grande, Santana do Ipanema, Maceió e Aracaju. Um quarto mandado não foi cumprido, pois o alvo não foi localizado.
Esta operação, denominada Deusa da Espada, visa desarticular organização criminosa responsável por um prejuízo que chega a R$ 17 milhões, dinheiro oriundo do antigo Fundef e de outros programas do governo federal na área de educação, que foi depositado pela União nas contas da prefeitura de Canapi/AL entre 2015 e 2016.
Além dos desvios que foram apurados na primeira fase da operação policial, constatou-se a continuidade das ações criminosas a cargo do grupo, a partir da liberação de valores remanescentes do fundo nos últimos dias da gestão do ex-prefeito do citado município, o qual assumira a gestão da cidade após afastamento do seu antecessor, determinado judicialmente. Mandados de prisão foram expedidos contra ambos, além de dois ex-secretários municipais que também participaram dos desvios, consoante apurado no inquérito policial instaurado pela PF em maio de 2016.