SÃO PAULO – A Polícia Federal (PF) confirmou que os grupos de trabalho dedicados às operações Lava-Jato e Carne Fraca serão dissolvidos e passarão a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor). O fim do grupo de trabalho da Lava-Jato em Curitiba foi informado pela revista “Época”, que lembrou que o desmanche do grupo — reduzido de nove para quatro integrantes — já era esperado dentro da Polícia Federal do Paraná, que há um ano empenhava esforços para manter os trabalhos.
Em nota, a Polícia Federal diz que a medida vai “priorizar ainda mais” as investigações de maior potencial de dano aos cofres públicos, pois permite aumento do efetivo especializado em corrupção e lavagem de dinheiro e a troca de informações. A nova delegacia, segundo a nota, contará com o apoio de dois policiais da Superintendência do Espírito Santo. Foi para o Espírito Santo que foi transferido o delegado Márcio Anselmo, um dos pioneiros e principais investigadores da Lava-Jato.
Em um nova nota, divulgada na tarde desta quinta-feira, a PF diz que a dissolução da força-tarefa da Lava-Jato ocorreu porque cada delegado do grupo era responsável por cerca de 20 inquéritos. “Com a nova sistemática de trabalho, nenhum dos delegados atuantes na Lava-Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida em função da incorporação de novas autoridades policiais”, diz a nota.
Afirma ainda que o número de policiais dedicados à Lava-Jato e à Carne Fraca chega a 70 e que a inciativa de promover a integração coube ao delegado regional de combate ao crime organizado do Paraná, Igor Romário de Paula, coordenador da Lava-Jato no Paraná. A PF disse ainda que o modelo da nova delegacia já é usado com sucesso nas operações realizadas no Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo e que o efetivo do Paraná é adequado à atual necessidade e será reforçado caso necessário. A nota reafirma o compromisso da instituição com o combate à corrupção.
Confira a íntegra da nota:
1. Tendo em vista que cada delegado do grupo de trabalho da Lava-Jato possuía cerca de 20 inquéritos cada um, essa equipe, juntamente com o grupo de trabalho da Operação Carne Fraca, passou a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor);
2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;
3. Com a nova sistemática de trabalho, nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida em função da incorporação de novas autoridades policiais;
4. O número de policiais dedicados a essas investigações chega a 70;
5. A iniciativa da integração coube ao delegado regional de combate ao crime organizado do Paraná, delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Operação Lava-Jato no estado, e foi corroborada pelo Superintendente Regional, delegado Rosalvo Franco;
6. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava-Jatodeflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;
7. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo os delegados Márcio Anselmo e Luciano Flores, ex-integrantes da Operação Lava Jato;
8. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;
9. Conforme nota divulgada no dia 21 de maio de 2017, deve-se ressaltar que as investigações decorrentes da Operação Lava Jato não se concentram somente em Curitiba, mas compreendem o Distrito Federal e outros dezesseis estados;
10. Desde o início, a Polícia Federal, de forma republicana e sem partidarismos, trabalha arduamente para o êxito das investigações, garantindo toda a estrutura e logística necessária para o esclarecimento dos crimes investigados.