O Município de Paulo Afonso, através da Secretaria de Agricultura e Aquicultura, registra por meio de visitas in loco, efetivadas pelos técnicos e agrônomos a diversas propriedades em vários povoados do Município, uma perda da safra agrícola de aproximadamente 70% da produção, devido ao período de estiagem ocorrido especificamente no mês de julho, quando a maior parte da lavoura de milho se encontrava principalmente na fase de crescimento e formação da boneca. A escassez de chuva também prejudicou a lavoura do feijão, levando uma perda de aproximadamente 60%, deixando o agricultor lamentavelmente frustrado com o trabalho do plantio.
O ano de 2017 ainda está sendo agraciado por bastante chuva, fato ocorrido no decorrer do final de agosto e na primeira quinzena de setembro; porém, a irregularidade de ocorrência de chuvas no momento em que a lavoura se torna mais exigente não permitiu a confirmação de uma safra regular, levando os agricultores mais uma vez nos últimos sete anos, a prejuízos econômicos, tornando suas condições mais fragilizadas no meio rural.
A maioria dos agricultores tomou a iniciativa de transformar a palha do milho junto com a espiga em forragem para o gado, considerando que a má formação da espiga de poucos que atingiram esse nível devido ao fenômeno de estiagem, não apresentaria rendimento satisfatório. Portanto, a alternativa gera um beneficiamento para a alimentação do rebanho, mitigando os prejuízos com a perda da safra.
Apontado em um estudo preliminar no mês de julho, o fenômeno da baixa produtividade da safra teve dois fatores distintos: o primeiro foi a crença dos agricultores que o ano de 2017 não teria um bom percentual de chuvas. Tal situação agravou-se no primeiro trimestre do ano, que ratificou a escassez da chuva por ter os meses de janeiro a março praticamente sem chover, e com isso houve uma redução da área do plantio de milho e feijão na Região, com o surgimento das primeiras chuvas.
Os poucos agricultores da Região que arriscaram o plantio, decorrente das precipitações de chuvas ocorridas em maio, para o preparo do solo e a plantação do milho e do feijão, conseguiram obter uma produção satisfatória, porém as chuvas não foram distribuídas a todos os povoados.
O segundo fator apontado no estudo preliminar foi a falta de sementes selecionadas, sendo justificada pelos agricultores que os poucos recursos financeiros que dispunham para a compra das sementes obrigaram a adquirir sementes sem procedência no mercado e de baixo custo financeiro.
Portanto, constata-se que as ocorrências de chuvas, mesmos intermitentes, tiveram um papel fundamental na formação da pastagem, o que garante aos agricultores (pecuaristas) alimento para os animais durante o verão, lembrando que durante um período de seis anos de seca, entre 2011 e 2016, pecuaristas do município tiveram prejuízos com mais de 80% de perda dos animais, sendo a falta de pastagem a maior causa dos danos.