Mancini não revela esquema para encarar a Ponte Preta

Apartir do momento em que Vagner Mancini voltou ao comando do Vitória, a realidade rubro-negra no Brasileirão mudou. Ele estabeleceu uma ideia de jogo, um esquema ao mesmo tempo reativo e ousado, e liderou uma arrancada que faz o time estar, atualmente, em condição razoável para se salvar do rebaixamento.

Nas 16 primeiras partidas da ‘era Mancini’, a formatação da equipe foi a mesma: um 4-4-1-1, com duas fortes linhas de marcação, um elemento de conexão entre o meio e o ataque (Neilton) e um homem mais avançado (Tréllez). Nesse período, o time somou seis triunfos, cinco empates e cinco derrotas – um aproveitamento de 48%, bem superior ao geral do time no campeonato: 37%.

Entretanto, uma sequência de partidas em que o Leão sofreu muitos gols, aliada à má fase técnica de Neilton, fez com que Mancini mudasse a forma de jogar da equipe. Foi com um esquema mais cauteloso que o Rubro-Negro disputou três dos últimos quatro embates, incluindo o mais recente: o empate por 1 a 1 de domingo passado, com o Cruzeiro.

Para o próximo desafio – o confronto direto com a Ponte Preta, domingo, às 16h (da Bahia), em Campinas – instaurou-se a dúvida. No treinamento aberto de quarta-feira, Mancini testou num primeiro momento o esquema que vem sendo utilizado ultimamente – um 4-5-1 com a segunda linha preenchida por mais um meio-campista no lugar de Neilton – e depois trabalhou também com a formação antiga. “O que fiz foi uma situação que pode acontecer, mas não quer dizer que aquele seja o time, até porque vocês [imprensa] estavam filmando e não quero revelar a escalação. Não posso dar armas ao Eduardo [Baptista, técnico da Ponte Preta], que é um bom treinador”, afirmou Mancini.

Na parte inicial da atividade, o meio-campo foi formado por Ramon, Uillian Correia, José Welison, Fillipe Soutto e David. Mais tarde, Yago e Neilton entraram nas vagas de Welison e Soutto, deixando a equipe mais ofensiva. O treino desta quinta-feira, 23, foi fechado à imprensa.

Comparação

Antes de Mancini tomar a decisão de variar o esquema do time, o Vitória vinha de uma série de 10 jogos sendo sempre vazado – em sete dessas partidas levou mais de um gol. No total, foram 18 tentos sofridos, o que dá uma média de 1,8 por partida. Nos três duelos com a nova formação, mais cautelosa, o número caiu para 1,3. Já a média de gols marcados nos dois períodos manteve-se igual: 1,7.

Ou seja, a mudança já apresentou resultado. Porém, o técnico do Leão prefere dizer que não há grande diferença entre as duas alternativas de jogo: “Não muda muita coisa. O Vitória vem se comportando bem fora de casa, esperando e saindo rápido para o ataque. Mas tenho que dar ênfase à marcação, porque certamente vai ser um jogo tenso”.