Após iniciar a divulgação de uma série de vídeos para rebater críticos, como Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, o presidente Michel Temer (MDB) disse, em entrevista à revista Época, que é injustiçado e perseguido. “Já viu alguém apanhar como eu apanhei? Com certo ódio. Com uma animosidade”, afirmou o emedebista. “Porque o meu problema, o que me incomoda, não é o foco político. O que me incomoda é a questão moral”, disse Temer, considerando que nem a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) “apanhou tanto”.
Segundo o presidente, o vídeo publicado em resposta a Alckmin se deu por questão moral. “Eu não vou tolerar. Aliás, aviso por seu intermédio: não ousem, porque não vou permitir. Tenho outros vídeos para responder a outros. Quero ver se tiram algum proveito”, revelou. Na sequência, Temer diz ainda que não irá mais tolerar os ataques. “Não vou ser Judas e tampouco vou ser Geni. Apanhei muito, como ninguém apanhou”, disse ele, citando a “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque. Ele destacou ainda seu currículo: “Tive uma vida, convenhamos, profissional, na educação universitária. Tenho livros que venderam mais de 400 mil exemplares, produções literárias. Tive uma vida política, convenhamos. Três vezes presidente da Câmara dos Deputados. Quando é que tentaram ‘desgraçar’ a minha vida? Quando assumi a Presidência da República. Estou absolutamente tranquilo”, afirmou.
Apesar de crítico a algumas figuras políticas, Temer poupou seu ex-ministro, o baiano Geddel Vieira Lima, preso desde setembro do ano passado no presídio da Papuda, em Brasília, por lavagem de dinheiro e associação criminosa. “Mas tenho pena do que aconteceu com ele. Enquanto esteve ao meu lado, ele sempre teve um comportamento muito adequado. É um sujeito muito ativo. Não tenho crítica nenhuma a fazer a ele”, disse Michel Temer sobre Geddel.