Mais do que o empate em 2 a 2 com o Santos, ao qual deixa o Inter cinco pontos atrás do Palmeiras, o Inter gaúcho saiu irritado do Beira-Rio nesta segunda-feira pela arbitragem de Ricardo Marques Ribeiro. A anulação do gol de Leandro Damião, aquele que seria o segundo do atacante na partida, causou irritação dos dirigentes. Principalmente pela demora na decisão do sexteto.
O primeiro a surgir na sala de imprensa do Beira-Rio e disparar contra a arbitragem foi o vice de futebol Roberto Melo. Mostrou-se indignado pela demora da arbitragem. E sobrou até para a transmissão: por não mostrar o replay da jogada durante a polêmica toda.
– Lutamos muito. Fazemos uma guerra a cada jogo. Daqui a pouco terão 20 caras de amarelo. Cada vez tem mais.…E, em um lance do árbitro à frente dele, ele não consegue ver. O bandeirinha, com um bando de gente, marca impedimento e eles ficam sete minutos… Seis árbitros sem conseguir tomar uma decisão, esperando o lance na televisão. Ficou bem claro isso. Ou era falta, porque se o (Víctor) Cuesta tocou, era falta, ou o jogador deles tocou para trás. Não deram nem uma coisa nem outra – reclamou o vice de futebol, Roberto Melo.
Aos nove minutos do segundo tempo, com o jogo empatado em 1 a 1, Víctor Cuesta dividiu com Carlos Sánchez. A bola sobrou para Leandro Damião, que estufou as redes de Vanderlei. A arbitragem deu impedimento do centroavante. Porém, o juiz ficou na dúvida se a bola tinha saído do zagueiro do Inter ou do volante do Peixe.
Primeiro, o árbitro rumou até o bandeirinha. Depois, conversou com o restante dos companheiros. A dúvida prosseguia. Após sete minutos de debate, enfim, concluíram que o lance estava impedido.
– É inadmissível que seis homens levem mais de sete minutos para tomar uma decisão. Há duas interpretações. se foi do Cuesta, é falta. Se foi do zagueiro, é legítimo o gol do Damião. Não precisa consultar assistente, quarto árbitro.
Ficou claro que esperava uma informação, que não ocorreu – reclamou o presidente Marcelo Medeiros.
O discurso dos dirigentes mostrou sintonia com Odair Hellmann. Antes de responder a primeira pergunta da coletiva, deu um suspiro longo, seguido de uma longa pausa.
Após alguns segundos, adotou linha semelhante. A indecisão para definir o episódio também o irritou. Porque, em sua visão, a bola saiu dos pés de Sánchez. Por fim, ainda pediu humildade aos árbitros para reconhecerem os erros cometidos.
– Saio triste daqui, muito triste. Faço meu primeiro trabalho como treinador e é difícil demais aceitar esse tipo de situação. Futebol é um jogo de erro. Não pode um árbitro levar sete minutos para tomar uma decisão, se tivesse tomado a certa ou errada. Não pode ser sequência no lance, dar a vantagem no lance. Só o bandeira do lado chama o impedimento, mas antes deu vantagem. Espera auxílio externo para tomar decisão. O Inter foi a favor do VAR. Eles precisam de ajuda, mas precisam ter humildade também. Todo final de jogo falam conosco e pedem para darmos moral. Não pode ficar sete minutos esperando uma decisão externa. No sétimo minuto o quarto árbitro vai lá, fala e estraga a situação. Saio daqui muito triste.