Caso Daniel: jogador mandava foto de mulheres com quem transava para amigos

O jogador do São Paulo, Daniel Corrêa, tinha o hábito compartilhar fotos das mulheres com quem fazia sexo em um grupo de Whatsapp. A informação foi dada à polícia por um amigo do atleta, que também participa do grupo. O fato foi divulgado pelo Uol Esportes, que teve acesso ao depoimento.

Daniel foi morto pelo empresário Edson Brittes, 38 anos, porque, segundo ele, flagrou o jogador tentando estuprar sua mulher, Cristiana. Três amigos da família também são investigados por suposta participação no crime.

Na noite do crime, Daniel contou por mensagem aos amigos que estava em uma balada e que seguiu para a casa de uma menina depois. “Posso dormir aqui, tem várias ‘mina’ espalhada”, diz uma das mensagens de Daniel. Ele enviou a um colega uma foto de Cristina Brittes dormindo. O amigo pergunta se ele faria sexo com a mulher e Daniel diz que sim. O amigo então quer saber se ele faria com Cristina acordada ou dormindo, mas não houve mais resposta. Essa foi uma das últimas interações de Daniel antes de ser morto.

Segundo o Uol, o amigo de Daniel contou que os homens do grupo costumavam tirar fotos no momento em que a mulher, com quem tinha transado, já estavam dormindo. Uma reprodução da tela do celular de um dos integrantes do grupo foi anexado ao depoimento. Na imagem, Daniel aparece ao lado de uma mulher dormindo, que aparenta ser Cristiana.

A defesa de Edson alega que ele matou o atleta por conta da tentativa de estupro. “A tentativa de estupro nós vamos apurar quando formos ouvir a vítima”, disse o delegado Amadeu Trevisan, se referindo à mulher do suspeito. “Vamos ver se houve ou se ele [Daniel] simplesmente deitou ao lado da cama e tirou a fotografia. O que nós temos da mulher e dele é apenas a foto que o Daniel tirou. Pela foto, sem movimento, ela está dormindo, desacordada.  As mensagens indicam que a vítima é muito imatura para estar ali deitado com a mulher e mandado as fotos para os amigos. Essas coisas quando saem perdem o controle”, explica.

Ainda de acordo com Trevisan, a reação de Edson foi exagerada. “Mesmo que tenha havido uma tentativa de estupro, o que é preciso entender é que a resposta dele [Juninho] foi totalmente desproporcional”, afirmou o delegado ao Uol. “Ainda que tenha havido estupro, ele jamais poderia ter agido dessa agido dessa forma. Foi um exagero”., finalizou o delegado.

Crime
Na noite do crime, Edson e a família estavam na festa de 18 anos da filha, em uma casa noturna de Curitiba. Depois, Allana convidou um grupo de 8 amigos para seguir a comemoração em sua casa. Daniel estava entre os que foram com a jovem. A mãe de Allana, Cristina, não se sentia bem e resolveu se deitar para dormir enquanto a festa seguia na casa.

“E de repente, uns 40 minutos que eles tinham chego, eu escuto gritos. ‘Socorro, socorro, socorro’. Quando cheguei no meu quarto, fui forçar a porta, a porta fechada. ‘Meu Deus, a Cris não fecha a porta’. Peguei e dei uma ombrada, arrombei a porta. Quando eu me deparo, Daniel está em cima dela, tentando estuprar a minha mulher. Eu saí de mim. Fiquei desesperado”, afirmou Edson em entrevista à Globo.

Edson confessa que agrediu Daniel por cerca de cinco minutos com ajuda de amigos e depois colocou a vítima no porta-malas do carro, sem saber se ele ainda estava acordado. Questionado se assassinou o jovem, ele afirma que sim, usando uma faca – o corpo do jogador tinha sinais de tortura e marcas de faca no corpo. “Eu não pensava em nada. Eu tinha uma faca no carro, uma faca pequena, que eu usava no carro, que fica junto com as ferramentas no porta-malas. Eu não sabia que eu ia fazer aquilo, eu estava desesperado, fora de mim. Olhei no porta-malas e vi o que tinha”, afirma. Ele diz que os amigos tentaram impedi-lo de cometer o crime, mas ele estava muito alterado.

Uma testemunha que também estava na festa relembrou o que viu: “O rapaz que veio a óbito estava apanhando muito. No que tiraram ele do quarto, jogaram ele pra fora da garagem e aí continuaram a espancar ele”.

O corpo do jogador Daniel foi encontrado no último sábado, em uma plantação de pinos, em São José dos Pinhais. O local é famoso ponto de desova de corpos da região. Além dos sinais de tortura e dos ferimentos por faca na região do pescoço, ele teve o pênis decepado. O corpo do atleta foi sepultado em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, onde mora sua família.

Daniel tinha 24 anos, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, e foi revelado pelo Cruzeiro. Ele defendeu também Botafogo, Ponte Preta, Coritiba e São Paulo, clube ao qual ainda pertencia. Estava emprestado ao São Bento, atual 12º colocado na Série B do Campeonato Brasileiro.