O vídeo do parto da empresária Patrícia Chagas, 34 anos, viralizou na internet. Depois da cesárea do filho mais velho, João, e das 11 horas de parto normal do segundo filho, Pedro, Helena chegou para provar que cada parto tem sua particularidade. Caso aconteceu no Rio de Janeiro.
Em depoimento a Revista Crescer, Patrícia contou detalhes sobre a sua experiência. Assista ao vídeo completo e leia o relato na íntegra:
“Sempre foi minha vontade ter parto normal. Minha mãe teve os quatro filhos assim, minha avó e minha tia também. Só escutava bons relatos e histórias maravilhosas. Durante a primeira gravidez, ouvi falar sobre parto humanizado, mas ainda eram poucas as informações sobre o assunto.
Estava de 37 semanas, bebê pélvico e a obstetra agendou a cesárea para a semana seguinte. Chorei, mas aceitei. Achei muito estranha a sensação de deitar em uma maca e, de repente, um bebê aparecer chorando ao meu lado. Não ter sentido nada e saber que não foi ele que escolheu seu momento de nascer não me fazia bem, mas levei bem o pós-operatório e o puerpério.
Em 2014, veio uma nova gravidez e a oportunidade de fazer tudo diferente. Foi tudo lindo, como sempre sonhei. Renasci, senti cada dor com prazer, não senti vontade nenhuma de pedir anestesia.
Em 2018, descubro outra gravidez nada planejada. Um susto, definitivamente não era o momento. Eu não tinha mais plano de saúde e também não tinha dinheiro para uma equipe particular. Não morava mais no Rio, tinha me mudado para Saquarema. Demorei um tempo para ‘aceitar’ a gravidez. Comecei a fazer o meu pré-natal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e fui surpreendida, logo na primeira consulta, com uma caderneta linda, cheia de informações. Saí de lá já com consulta marcada para nutricionista, dentista e obstetra.
Essa era a minha realidade. Então, resolvi que não ficaria pensando em como seria se eu tivesse dinheiro. Nem queria ficar comparando com as outras gestações. Vivi essa gravidez de uma outra maneira, até porque, com dois filhos e uma empresa para cuidar, tinha que ser diferente mesmo (risos)! Não fiz muitos planos de como e onde seria o parto; deixei para decidir mais para o final da gestação.
Com 38 semanas, decidi que era a hora de parar de trabalhar e ir para a casa da minha irmã, no Rio, para esperar a hora da Helena chegar. Fernando voltou para Saquarema com as crianças e eu fiquei. Combinamos que quando entrasse em trabalho de parto eu ligaria e ele viria com os meninos.
No dia 23 de outubro, senti uma cólica bem forte. Fui para o quarto ouvir música e relaxar, coloquei o fone de ouvido e fiquei lá no quarto escuro sozinha. Fui para a sala com os meninos enquanto Fernando controlava as contrações. Eram totalmente suportáveis e entramos em contato com a obstetriz que iria me acompanhar para eu ficar o maior tempo possível em casa e não ir muito cedo pra maternidade.
Fiquei na bola de pilates, as contrações estavam um pouco mais doloridas. Entrei no chuveiro e as dores passaram a ficar totalmente suportáveis. Fiquei ali, naquela água quentinha, me conectando com meu corpo e sentindo cada momento, cada evolução. Sentia a cabeça da Helena descendo, já estava sentido ela bem lá em baixo e resolvi sair do chuveiro. Deitei na cama para fazer o toque e a obstetriz falou: ‘Vamos para o hospital agora’.
Quando eu sai do prédio e cheguei no carro, senti vontade de fazer força. Aí meu marido já ficou desesperado e chegamos bem rápido no hospital. Fui para a sala de admissão da maternidade, deitei na maca, fizeram o toque e estava esperando para me transferirem para a sala de parto. Mas acho que eles não levaram fé que fosse ser tão rápido (risos). Ainda na maca, senti uma contração. Quando acabou, falei que queria levantar logo porque a contração deitada doía muito.
Levantei e sai da sala de parto. Quando abri a porta, veio outra contração e eu parei, segurei na porta e quando veio essa contração eu falei ‘vai nascer aqui’. Eu não fiz força, não fiz nada, eu senti que ela ia nascer e nasceu. Foi exatamente assim. A médica do hospital nem conseguiu colocar as luvas! Na minha cabeça eu tava me preparando para chegar na sala de parto ainda e demorar mais um pouco. Então, quando nasceu eu falei ‘gente, eu não acredito que já acabou’, foi muito tranquilo. Eu senti dor, mas era uma dor controlável.
Peguei a Helena ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Voltei para a salinha, coloquei logo a Helena para mamar. O Fernando chegou correndo. Fomos para a sala de parto só mesmo para a placenta sair. Demorou um pouco e Helena ficou mamando esse tempo todo.
A sorte é que estávamos participando do programa Boas Vindas do GNT e eles conseguiram filmar tudo. Assim, Fernando pode ver como Helena nasceu. Foi rápido, no tempo dela, eu me entreguei, me concentrei e senti cada momento do meu trabalho de parto. Foi mágico! Helena nasceu no dia do aniversário da vovó, minha mãe, para trazer muita luz e alegria. Os irmãos estão apaixonados e cuidam muito dela!”