Mais de uma década depois de liderar a seleção feminina de futebol nos Jogos Pan-Americanos do Rio, Marta voltou a fazer história no Maracanã. A seis vezes melhor jogadora do mundo pela Fifa se tornou a primeira mulher a colocar seus pés na calçada da fama do estádio. Imortalizados num molde, os pequeninos pés tamanho 36 ocuparão o mesmo espaço de outras lendas como Pelé e Garrincha.
A camisa 10 da seleção terá também uma estação exclusiva com seu acervo pessoal, como chuteiras, troféu e outros itens, a ser inaugurada ainda este mês. Até 2007, o estádio estava em sua memória pelas imagens da derrota do Brasil em 1950 na Copa do Mundo e pelos grandes clássicos cariocas. Naquele ano, quando a seleção levou 70 mil pessoas na final contra os Estados Unidos, tudo mudou.
– Quando fui para Suécia com 17 anos, conheci um uruguaio que se tornou meu amigo. Era a história que ele contava para mim: ‘Ah, a gente foi lá no Brasil e ganhou”. Ele só me falava isso… – diz a jogadora, que prefere recordar a própria conquista no estádio. – É incrível relembrar os momentos que o futebol feminino vivenciou aqui em 2007 e a galera toda que acompanhou. Foi algo fora do comum. Estou muito feliz com mais esse reconhecimento.
Recentemente homenageada em premiações do Campeonato Brasileiro, Marta não se cansa de repetir a necessidade de mais espaço para as mulheres no esporte. Ela espera que esses feitos tenham a força de incentivar a luta feminina na conquista de espaços nas mais diferentes áreas.
– É mais uma cerejinha no bolo, representando todas as mulheres que lutam constantemente no esporte em geral. Eu espero que não seja a única e tenham outras mulheres deixando suas marcas aqui – sonha a jogadora, que terá como próximo desafio o Mundial da categoria na França, no ano que vem.
Não foram apenas os prêmios e as homenagens que fizeram o ano especial para Marta. Alagoana, ela verá, pela primeira vez, seu time de coração, o CSA, na elite do futebol masculino em 2019:
– Eu comecei no CSA, um time amador de Dois Riachos, fundado pela minha família.E ali começou a minha paixão. Dali veio a comparação com o CSA de Maceió e comecei a gostar das cores, do azul e branco, e a torcer por ele. Agora, todo mundo está feliz. Alagoas inteira, acho até que os adversários estão felizes com o feito histórico de terem saído da D para A.