O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta quinta-feira (17), mais uma condenação do ex-deputado Eduardo Cunha. Procuradores da operação Lava Jato de Curitiba, responsáveis pelo pedido, fazem referência ao caso em que Cunha é acusado de receber US$5 milhões em propina entre 2011 e 2014. O dinheiro teria vindo por meio de contratos de fornecimento de navios-sonda da Petrobras.
Segundo o jornal O Globo, a Força-Tarefa alega que o lobista Fernando Baiano teria sido autorizado por Cunha a utilizar seu nome para cobrar US$10 milhões devidos pelo empresário Júlio Camargo, que supostamente havia dado um calote em Baiano. Em troca, Cunha ficaria com metade do dinheiro da propina. O deputado nega as acusações.
De acordo com os procuradores, o ex-deputado fez requerimentos de informação à Câmara pedindo informações sobre os contratos da Petrobras. A medida, que teria o objetivo de fazer Júlio Camargo fazer os pagamentos de propina a Baiano, foi bem sucedida.
A ex-prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida, teria usado o login de Cunha para fazer os requerimentos de informação. Ela também teve sua condenação pedida pela Lava Jato.
Cunha está preso em Curitiba, condenado por outra acusação penal da Lava Jato no Paraná. No caso em questão, ele foi condenado pelo juiz Sérgio Moro por receber propina de US$1,5 milhão por um contrato de exploração de petróleo da Petrobras em Benin, na África.
Ainda segundo o jornal, o advogado de defesa do deputado, Pedro Ivo Veloso, classificou as alegações finais do MPF como fantasiosas. “Trata-se de uma peça de fantasia, que busca atribuir a Eduardo Cunha a prática de um ato criminoso que teve o início, meio e fim confessado pelos delatores, sem a participação do ex-deputado”.