Onze pessoas foram presas e quase 300 animais silvestres apreendidos durante uma operação realizada em 10 cidades da região centro-norte da Bahia. A ação, que também recuperou um carro roubado, integra a 44ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), que teve início na segunda-feira (6) e segue até a sexta-feira (10).
Cerca de 150 colaboradores de mais de 30 órgãos públicos estaduais e federais, além de ONGs, sob o comando do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), realizam as ações de combate a crimes ambientais.
As cidades de Jacobina, Andorinha, Campo Formoso, Mirangaba, Miguel Calmon, Várzea Nova, Morro do Chapéu, Ourolândia, Umburanas e Jaguarari são alvos da operação. São fiscalizadas barragens, fauna silvestre, saneamento básico, educação ambiental, desmatamento, utilização irregular de agrotóxicos, uso irregular da água, extração mineral, comunidades tradicionais, patrimônio cultural e histórico, entre outras.
Na segunda-feira (6), no município de Jacobina, a equipe da FPI encontrou em uma residência 35 animais silvestres em cativeiro, partes de um animal abatido e mais de R$ 5 mil reais em dinheiro, além de 300 gramas de ouro, escondidos em uma casinha de cachorro.
O dono do imóvel fugiu do flagrante, mas se apresentou na delegacia da cidade, na terça-feira (7), quando foi preso. Ele já tinha passagem pela polícia por caça e criação de animais silvestres sem permissão do Ibama, posse ilegal de armas e munição, entre outros crimes ambientais.
Durante a fiscalização, a equipe de Mineração, que está focada na extração ilegal de areia na região, flagrou ações que configuram crime ambiental. Foram apreendidos seis caminhões que realizavam transporte irregular, um veículo foi recuperado e uma pessoa foi presa em flagrante por receptação do material.
Na quarta-feira (8), um homem foi preso e responderá pelo crime de receptação, após ser flagrado com um carro roubado. As equipes chegaram até ele durante averiguação de uma denúncia sobre um cativeiro ilegal de animais silvestres, no município de Mirangaba.
As equipes verificaram, após realizar vistoria no carro, diversos indícios de adulteração nos elementos de identificação, constatando que se tratava de um veículo clonado. O carro, segundo os órgãos, estava com placa de Salvador. A placa original possuía ocorrência de roubo datada de 26 de novembro de 2013. O suspeito se identificou como sendo dono do carro.
O veículo havia sido roubado na capital baiana e teria sido comprado na cidade de Senhor do Bonfim. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil de Mirangaba.
Oito presos durante os primeiros dias de FPI já foram liberados e vão responder por manter ilegalmente animais silvestres em cativeiro. As penas para estes crimes ambientais são de multa de até R$ 5 mil, por animal encontrado irregularmente, e até um ano e seis meses de prisão.
Iniciada em 2002, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) é um programa de fiscalização continuada do Ministério Público da Bahia (MP-BA), realizado em conjunto com o Comitê da Bacia do Rio São Francisco (CBHSF), e composto por 150 profissionais e policiais de mais de 30 órgãos estaduais e federais, além de ONGs voltadas ao meio ambiente.