Rafinha Bastos rechaça Bolsonaro: ‘Celebrar torturador não é piada’

Rafinha Bastos afirmou, no programa “Pânico com Rádio”, da Jovem Pan, que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não pode ser tratado como comediante quando exalta a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da ditadura militar que teve seus crimes reconhecidos pela Justiça. O assunto foi motivo de longo debate, segundo o portal UOL.

“Tivemos uma ditadura militar neste país. Pessoas inocentes foram torturadas e assassinadas. Quer fazer piada de mau gosto? Faça, eu estou do seu lado. O que o Bolsonaro fez, apoiando um torturador, não é piada. Se fosse, eu riria. Não é uma piada ruim. Ele está celebrando um torturador. Se ele tirar sarro e fizer uma piada a favor do torturador, eu vou entender. Mas, se você for publicamente apoiar um torturador, receber a mulher dele e celebrar como um herói nacional… Peraí! Teve gente que foi assassinada nesse país, velho”, desabafou Rafinha, segundo o UOL.

O apresentador Emílio Surita, por sua vez, justificou que a ditadura foi uma “guerrilha” e parte da Guerra Fria. “Eu não acho de bom tom mexer em Auschwitz, mexer com Holocausto… Mas vocês estão distorcendo a tese”, disse. E ironizou, enquanto fingia chorar: “Vocês têm toda a razão, parabéns. Olha, Bolsonaro, é péssimo falar do Ustra. Rafinha, desculpa”.

Rafinha o rebateu: “Mas, Emílio… Brincar com isso é ok. Mas se ele quer relativizar… Não dá para colocar no mesmo pacote e achar engraçado quando o cara defende isso falando sério. Ele não teve a motivação do humor. Todas as vezes em que eu errei e senti vergonha de mim mesmo foram as vezes em que eu falei sério. Todas as vezes em que eu me equivoquei, eu tinha uma opinião sobre alguma coisa e estava falando sério”.