As emoções foram à flor da pele no último fim de semana, em que foram aplicadas as provas do Enem 2014. E, como é de praxe em suas edições, vários candidatos protagonizaram as atitudes mais inusitadas durante os dias do exame.
Reunimos aqui 5 situações que ocorreram nos últimos dias 8 e 9 de novembro, dias de aplicação das provas do Enem.
Maratona
Aladson Conceição da Silva, de 20 anos, atravessou mais de 648 quilômetros para fazer as provas do Enem. Segundo o jovem, isso aconteceu por causa de um erro do seu padrasto.
“Tive que vir de lá para cá de ônibus somente para fazer a prova. Foi meu padrasto que me inscreveu. Ele errou o lugar da prova, no lugar de colocar Rio Branco ele colocou para fazer aqui em Cruzeiro. Então tive que vir, pois não podia deixar essa oportunidade passar”, explicou o rapaz.
Desistir da prova para ajudar uma amiga
Foi o que fez a estudante de pedagogia Cleonice Barros Bonfim, 28, que tomou conta da filha de uma amiga durante a realização do segundo dia do exame. A amiga em questão foi Odalice Pereira da Silva, de 44 anos, também estudante de pedagogia, que levou a filha com paralisia cerebral para o local de provas, pois não tinha com quem deixá-la.
Contudo, para que fizesse a prova com um acompanhante, Odalice deveria ter feito um pedido de atendimento especial, o que não foi feito. No primeiro dia, ela estava na mesma situação, mas conseguiu liberação após bastante insistência. No entanto, no segundo dia, a coordenação atuante na instituição a informou que a permanência de sua filha não seria permitida novamente. “Disseram que houve um erro, em deixar minha filha ficar na sala, e que hoje eles não podiam persistir com ele”, explicou. Assim, ao se deparar com a situação, sua amiga, Cleonice, decidiu tomar conta da filha de Odalice. “Decidi ajudar”, afirmou Cleonice.
Gravidez não a impediu de pular o muro do local de provas
Ao chegar 7 minutos após o horário limite para fechamento dos portões do Colégio Estadual do Paraná, a estudante Caroline de Carvalho, de 18 anos, lamentou mas não quis desistir tão facilmente da prova. Apesar de estar grávida de 3 meses, a jovem subiu no banquinho de um pipoqueiro e ultrapassou o muro da instituição, que tem cerca de 2 metros de altura.
No entanto, Caroline foi flagrada por um segurança, que a escoltou para fora da escola e disse que ela poderia até ser presa pelo que fez. No entanto, a estudante, que reside a 16 quilômetros do local de provas, deu uma justificativa pelo seu atraso: “Como estou grávida e os ônibus estavam muito cheios deixei para pegar algum que estivesse em melhor condição, isso me fez atrasar um pouco, não acredito que isso tenha acontecido”, disse Caroline.
Super antecipado
José Eduardo de Melo, de 26 anos, não quis correr o risco de perder a prova do Enem de novo por causa do horário e resolveu se antecipar. Ele, que no ano passado chegou 2 minutos atrasado e não pôde fazer a prova, neste ano chegou com 4 horas de antecedência no local de prova no último sábado (8), primeiro dia de aplicação do Enem. Às 9 horas da manhã, José, que mora no bairro Brás de Pina, Zona Norte do Rio, já estava na Unisuam, em Bonsucesso (RJ).
“Não quis correr o risco. Cheguei bem mais cedo para não ter problema com o trânsito ou qualquer outro imprevisto”, justificou o jovem, que prestou Enem pela terceira vez e sonha em entrar para uma universidade e cursar medicina”.
Passar cola sabendo que a PF pode lhe pegar
Dois candidatos foram presos em Juazeiro do Norte, no Ceará, pela Polícia Federal, por usarem celulares para receber gabaritos. Segundo a PF, eles se inscreveram como sabatistas, que tem horários diferenciados para realizar as provas, devendo chegar às 13h e aguardar para fazer o exame a partir das 18h.
“Eles foram presos com os gabaritos das provas nos celulares. Ainda não podemos saber como eles tiveram acesso, estamos no começo da investigação”, disse a delegada da Polícia Federal Andréia Assunção, que não descarta a suspeita do envolvimento de outras pessoas.
Os candidatos presos foram soltos após pagarem fiança de R$ 6 mil e estão na espera do julgamento. Autuados pelo crime de fraude em concurso de interesse público, os envolvidos poderão ter pena de até quatro anos de prisão, caso sejam condenados.
Com informações do G1, O Globo e Estadão