O único clássico garantido entre Atlético-MG e Cruzeiro será com mando do Galo e 90% da torcida alvinegra no Mineirão e já começou com polêmica. Em reunião na sede da Federação Mineira de Futebol, reunindo representantes dos rivais, da FMF e do poder público, ficou definido que o confronto em 7 de março (sábado), às 19h, terá até 10% dos ingressos totais. Além disso, a Polícia Militar vetou a entrada de materiais provocativos na partida.
O ponto mais chamativo da Ata da reunião está com a Polícia Militar. A PMMG ordenou, em documento, que não permitirá o acesso de torcedores do Galo com qualquer material com a “letra B”, que seria alusão ao rebaixamento do rival Cruzeiro, o que, na ótica da PM, poderia “acirrar os ânimos”. Além disso, está proibido que as torcidas não entoem cânticos e vídeos provocativos no sistema de áudio no Mineirão.
Diante desta determinação, o Atlético-MG se mostrou contra, afirmando que não é função do poder público cercear manifestação da torcida. Assim, o clube promete reverter a decisão via Ministério Público. O vice-presidente do Atlético-MG, Lásaro Cândido Cunha, confirmou a informação ao publicar uma mensagem no Twitter. Ele definiu a determinação como “censura absurda”. Na reunião, representantes do Atlético não quiseram se pronunciar.
Cruzeiro favorável à proibição
Em entrevista após a reunião, o superintendente administrativo do Cruzeiro, Benecy Queiroz, se mostrou favorável à determinação da Polícia Militar de proibir a entrada dos materiais.
– Acho que é uma questão de segurança, e como a PM é responsável por isso, ela determinou isso. E temos que parabenizar a ação da PM, para que todos que irão ao estádio, ver um grande espetáculo, tenham segurança.
Já a Polícia Militar, por meio do Major Felipe, orientou os torcedores a tomarem outras medidas antes do clássico. O representante da PMMG preferiu não aprofundar sobre a questão dos “artefatos proibidos”.
– Esses materiais (provocativos) foram citados na Ata da Federação. Quem tiver interesse pode acessar no site da FMF. A recomendação da Polícia Militar é que o torcedor vá tranquilo para o estádio e evite o uso excessivo de bebida alcoólica. Chegue mais cedo ao estádio, evite trocar ofensas com outros torcedores – disse o Major.
A previsão de público é de 60 mil torcedores. Com isso, o Cruzeiro terá direito a 6.005 ingressos no máximo. O clube azul e branco terá 24 horas para pagar os valores dos pouco mais de seis mil ingressos. A partir do momento do pagamento, o clube alvinegro terá 24 horas de prazo para disponibilizar os ingressos.
A torcida cruzeirense terá acesso ao estádio pela rampa de integração do Mineirinho com o Mineirão. Os setores ocupados pela torcida, segundo a ata, serão o Superior Roxo (Oeste – portões B, 310, 311 e 312), Superior Amarelo (Sul – portões 313 e 314) e Inferior Amarelo (Sul – portões 112, 113 e 114)
Outras medidas
Proibição das entradas das torcidas organizadas do Cruzeiro, Máfia Azul e Pavilhão Independente.
Todas as organizadas, dos dois clubes, estão proibidas de entrar com mastros, bandeiras, faixas e instrumentos.
O Atlético também solicitou que não haja entrada, nos camarotes, de torcedores com a camisa do Cruzeiro, nem de outros clubes da Série A e B do Brasileiro. A Minas Arena informou que não adotará a medida.
O clube alvinegro também disponibilizará dois camarotes, com capacidade de 18 lugares cada um e mais 100 ingressos do setor roxo superior.
Não será permitida a presença do “mascote humanizado” do Cruzeiro.
Clássico inédito
Será a primeira vez, desde a reinauguração do Gigante da Pampulha – em fevereiro de 2013 – que o Atlético mandará um clássico contra o Cruzeiro por lá. Com os dois clubes em campanha ruim no Estadual (Atlético é o quinto com 12 pontos, e o Cruzeiro está em quarto com 14), o duelo corre o risco de ser o único encontro de ambos em 2020, uma vez que, se algum dos dois ficar fora das semifinais do Mineiro, não haverá outro clássico, já que o Galo está na Série A, e o Cruzeiro disputará a Série B.
Os representantes do Atlético foram Pedro Magalhães (marketing), Marcelo Machado (jurídico) e Lucas Couto (diretor de operação de estádios). No Cruzeiro, a reunião contou com Benecy Queiroz (supervisor administrativo), Aritóteles Loureiro (TI/ingressos), Leonardo Meira e Mário Lana (operação de estádios).