A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ouviu nesta terça-feira (12/5), em Curitiba, três ex-deputados presos na Operação Lava Jato. Os parlamentares questionaram André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE). Os acusados evitaram responder a perguntas diretamente relacionadas à investigação.
Argôlo disse que não tem ligação com os desvios de recursos na Petrobras. O ex-deputado fez referência religiosa para se defender. “Só posso dizer que os humilhados um dia serão exaltados. Isso está na Bíblia. Todo mundo erra. Até Jesus Cristo, que era filho de Deus, errou”, disse.
André Vargas recusou-se a dar detalhes sobre sua relação com o doleiro Alberto Youssef e os negócios do laboratório Labogen, investigado na Lava Jato. Vargas admitiu que mantinha amizade com o doleiro, mas disse que relacionamento era “a luz do dia”.
“Eu o conheço há mais de 30 anos. Eu o conheci vendendo coxinha no aeroporto de Londrina. Depois de ele ter cumprido pena, ele se transformou no proprietário do maior hotel de Londrina e é sócio ainda de um grande hotel em Aparecida do Norte.”, concluiu.
O ex-deputado Pedro Corrêa declarou que nunca recebeu propina de Youssef. “Se fosse verdade o conteúdo das delações premiadas do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef, eu teria algo entre R$ 21 e R$ 25 milhões. Onde está este dinheiro?”. Pedro Corrêa cumpre pena por ter sido condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
O empresário Carlos Habib Charter, condenado por lavagem de dinheiro, uma das ações criminais da Lava Jato, não respondeu aos questionamentos relacionados às investigações e se desentendeu com deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), um dos integrantes da CPI.
“Vá fazer o dever de casa”, disse Charter ao deputado, após informar que não foi condenado por tráfico de drogas. “Você é um bandido”, retrucou o parlamentar.
Por André Richter / Agência Brasil