Em meio às discussões sobre o novo programa assistencial que o governo planeja criar para substituir o Bolsa Família, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o “auxílio emergencial não é para sempre”. Segundo o presidente, o benefício é de “momento” e é onerosa demais para a União, apesar de ser “pouco para quem recebe”.
— O auxílio emergencial não é para sempre, tenham isso na cabeça. É um momento, até porque é muito caro para a União, é pouco até para quem recebe, eu reconheço, mas é caro demais para a União — afirmou em Breves (PA), na ilha do Marajó, durante apresentação do programa Abrace o Marajó.
Na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, negou a possibilidade de prorrogar a concessão do auxílio emergecial para 2021. Guedes garantiu que o plano emergencial criado por conta da pandemia de Covid-19 irá até dezembro deste ano, sem extensão.
Mais cedo, Bolsonaro e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, participaram de um atendimento bancário em uma agência-barco, na cidade. Sem máscara, os dois conversaram com uma família beneficiária do auxílio emergencial.
— Hoje eu senti a emoção também de realizar o pagamento de mais uma família do auxílio emergencial. Sabemos os efeitos dessa pandemia. Lamentavelmente, alguns obrigaram vocês a ficarem em casa, eu não tive participação nisso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas fizemos tudo possível para minimizar a dor, em especial o sofrimento dos mais humildes — afirmou durante a cerimônia.
Apesar da afirmação do presidente, na decisão do Supremo em abril, os ministros concordaram que o governo federal também poderia tomar medidas para conter a pandemia, mas em casos de abrangência nacional.
Sem citar quais, o presidente disse ainda que as outras medidas tomadas pelo governo durante a pandemia devem fazer com que o país volte à normalidade “brevemente”.