A contagiante apresentação da Cia. do Tijolo na Praça das Mangueiras em Paulo Afonso

Andava meio enferrujado pra essas coisas de vir ao blog compartilhar as minhas impressões sobre os espetáculos que assisto em Paulo Afonso (BA). Até porque também nesses últimos meses poucas peças aconteceram na cidade, né!? Mas não tem como não se envolver e se inspirar com a movimentação cultural causada pela 4ª Mostra SESC de Artes Aldeia Mulungu, ainda mais quando você integra a produção do evento. Tem sido uma delícia, e olha que tá só começando, hein!?…

A vontade de escrever, sem falar naquele velho objetivo do blog de querer mostrar pra todo mundo e gritar, "Como assim você não foi?? Olha aí o que tu perdeu! Vê se da próxima vez aparece, hein!?…", naturalmente vão surgindo. Depois da apresentação da Cia. do Tijolo (SP) na Praça das Mangueiras, então, que fechou o 2º dia da programação da mostra ontem (04) à noite… Aí, aí, como eu tava com saudades de um ótimo estímulo assim pra blogar.

{relacionadas}A troca de energia entre o palco e a plateia foi incrível. Era nítido como a turma de São Paulo estava à vontade ali e muito empolgada em querer compartilhar da sua arte. Tenho certeza que, pra quem apareceu na praça, valeu muito a pena sair de casa naquele friozinho de sábado pra curtir o show "Cante lá, que eu canto cá". Né, galera do Facebook que confirma presença no evento e não comparece!? Aquele beijo pra vocês, tá, seu lindos!?

E não teve chuvinha que desanimasse o público, não, sinhô! Particularmente, adoro esse nosso "inverno baiano", acho chuva lin'demais. Claro que nas devidas proporções, gente! Nada no nível que cause transtornos. Me desculpem os que são feitos de açúcar, mas na medida que tava ontem, ouso dizer que foi até um elemento cênico natural que combinou com o espetáculo, deu todo um clima gostosinho e tornou a noite ainda mais aconchegante. Mas, afinal, o que teve?

O que achei mais sensacional na Cia do Tijolo, foi que o elenco conseguiu prender os expectadores puramente com o talento de cada um. Não tinha cenário, não tinha um número mirabolante, um mega telão de LED pra tirar nossa atenção, ou pirotecnia. Mas sobrava verdade em uma combinação infalível e impecável com doses certas de teatralidade, música e poesia, tudo isso sem deixar cair na pieguice. E quem pensa que fazer o simples é fácil, tá se enganando, viu!?…

Os colegas da produção só esqueceram de avisar que era preciso levar um babador pro show, pois tô até agora encantado. Apesar de não vivenciarem o nosso sertão, é gratificante e uma satisfação danada ver uma companhia teatral paulistana dedicar o seu trabalho à cultura popular, aos grandes ícones da cultura nordestina, como Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré. Engraçado que nós mesmo não damos, às vezes, o devido valor que a rica diversidade artística da nossa região merece.

Mas quer uma dica? Comece valorizando o que acontece na nossa Paulo Afonso! Neste domingão (05), a partir das 15h30, a programação da 4ª Mostra SESC de Artes Aldeia Mulungu continua com o espetáculo "O Lançador de Foguetes", do Grupo de Teatro de Pernas pro Ar (RS). Já às 16h30, rola a apresentação musical "Dominguinhos – O Herdeiro do Baião", um encontro de sanfoneiros da região regido pelo artista da terra Salvio Emanuel. Aprecie o evento sem moderação até 11 de julho!