Bahia: Partidos definem estratégias visando a eleição de 2016

A pouco mais de um ano das eleições para prefeito e a 60 dias do término do prazo para troca partidária, os partidos na Bahia começam a se articular para ampliar suas representações nos municípios e pôr em prática uma agenda política visando costurar alianças para a disputa de 2016.

O PSDB já está em campo com as "caravanas" no interior, com o objetivo de arregimentar candidatos a vereador e a prefeito. No PT, a executiva estadual se reúne na próxima segunda-feira para debater o próximo pleito e preparar um calendário de discussões com diretórios municipais nos 27 Territórios de Identidade.

Já no PMDB, que comemora a filiação ao partido do ex-prefeito de Paulo Afonso, Paulo Barbosa de Deus – importante liderança política da região -, a meta é fazer a sigla crescer com a atração de lideranças regionais.

Presidente estadual do PSDB, o deputado federal João Gualberto Vasconcelos diz que já tem visita agendada na próxima semana para municípios do Recôncavo e, no dia 16, Itabuna e Irecê. O objetivo, segundo ele, é ampliar o número de comissões provisórias e diretórios do partido, hoje presentes em 245 municípios.

"O PSDB governa 45 cidades, mas nossa meta é eleger 50 prefeitos em 2016", informou Gualberto, acrescentando que o partido tem tudo para crescer na Bahia, diante, sobretudo, da queda na popularidade do governo federal e do aumento da rejeição ao PT.

Em Salvador, o PSDB seguirá na aliança com o prefeito ACM Neto, que tende a deixar o DEM para disputar a reeleição em outra sigla. O PMDB, partido que já abriu as portas ao prefeito, fez cerca de quatro encontros regionais para discutir eleições e alianças

Com 45 prefeitos, a ideia, explica o presidente da sigla, Geddel Vieira Lima, é "ampliar e levar as bandeiras" do partido ao maior número de municípios. "Quantos (prefeitos) vamos eleger não preocupa. O importante é fortalecer o partido com lideranças e formar militantes partidários".

Geddel tem defendido que o PMDB rompa nacionalmente a aliança com PT. "Se não, vamos ficar preso ao volume morto do PT", disse ele, repetindo o que afirmou o ex-presidente Lula ao analisar a crise no seu partido.

Rejeição

O PT sabe do impacto que a crise econômica e o Petrolão estão tendo sobre a legenda. Por isso, o partido vai trabalhar para manter, em 2016, ao menos, as 92 prefeituras comandadas por petistas na Bahia.

A estratégia, portanto, explicou o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, é manter a política de alianças, que deu sustentação à eleição e reeleição do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, e intensificar a relação com os movimentos sociais e os setores organizados da sociedade.

"Vamos discutir um programa de governo que tenha sintonia com o desenvolvimento e a distribuição de renda", informou Everaldo.

Já o presidente estadual do DEM, deputado federal José Carlos Aleluia, informou que o partido começa a retomar a sua dinâmica, depois que foi sepultada a tentativa de fusão com o PTB.

As conversas voltaram a acontecer, segundo ele, com o PROS, Solidariedade, PDT, PPS e PDT. "Queremos ampliar a aliança", afirmou Aleluia, que pretende reverter o encolhimento sofrido pelo partido nos últimos anos.

O DEM governa apenas 12 municípios baianos, incluindo Salvador e Feira de Santana, e tem diretórios em 60. Sobre o destino do prefeito ACM Neto, uma das lideranças nacionais do DEM, foi categórico: "A hipótese de saída (dele) do partido não está nas nossas avaliações".