“Eu iria embora e deixava elas ficarem com a casa. Passava até a escritura para o nome delas.” “Elas”, no caso, são aranhas. O comentário é uma reação ao aparecimento de aracnídeos robustos no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, registrado no Facebook. Moradores da localidade relatam que seus prédios têm sido invadidos pelos bichos, do tamanho da mão aberta de um adulto.
Especialistas consultados pelo Estado de Minas alertam para o fato de que os animais são agressivos, têm picada dolorosa, mas não há motivo para pânico, já que o veneno é moderadamente tóxico.
“Já é a terceira. Estamos preocupados aqui”, contou a administradora Flávia Prado na rede social, em que postou uma foto da “visitante” indesejada. Divulgada originalmente no grupo “Meu Bairro Buritis”, a publicação acumula milhares de curtidas, compartilhamentos e comentários. Ao menos mais três vizinhos de Flávia responderam o post dizendo que também tiveram suas casas invadidas pelo mesmo tipo de aranha.
A moradora relata que o animal apareceu nessa quinta-feira (6/5) no 8° andar de seu prédio. Dias antes, um outro exemplar foi visto na área privativa. “Fiquei desesperada quando vi! Como tenho duas filhas pequenas, logo pensei: vai matar minhas meninas!“, comentou.
“Não são monstros”
O aracnólogo do Departamento de Zoologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Adalberto Santos, analisou as fotos da aranha e enumerou os principais cuidados que as pessoas devem tomar ao encontrá-la em casa. “Ela é peçonhenta, como todas as aranhas, e demanda atendimento médico em caso de picada”, afirma o especialista.
Adalberto explica que o animal registrado pelos moradores do Buritis no Facebook é do gênero phoneutria, mais conhecido como “aranha armadeira”.
Segundo o biólogo, o contato com a criatura pode ser perigoso, já que seu veneno neurotóxico, ou seja, causa muita dor. “A mordida costuma causar dor intensa. A pessoa pode também manifestar sintomas como vômito e taquicardia. Crianças e animais domésticos correm mais risco. Todo aquele que for picado, no entanto, deve procurar atendimento médico. O Hospital João XXIII é a referência em BH para esses casos”, orienta Santos.
“De qualquer forma, não há motivo para pânico. O escorpião amarelo, por exemplo, é bem mais perigoso. Não é pra brincar com esses bichos, claro, mas eles também não são monstros”, tranquiliza o professor da UFMG.