50% da população da Bahia foi classificada como pobre em 2022

Análise completa da situação socioeconômica baiana em 2022.

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou dados sobre a situação socioeconômica da Bahia em 2022. Conforme o estudo, metade da população do estado (50,5%) foi classificada como pobre, e cerca de 1,8 milhão de pessoas estavam em extrema pobreza.

A Bahia registrou o segundo maior contingente de pessoas em situação de pobreza monetária no país, com 7,6 milhões de indivíduos, representando a oitava maior proporção entre os estados brasileiros. Especificamente em Salvador, a capital baiana, 9,9% da população, ou aproximadamente 289 mil pessoas, viviam em condições de extrema pobreza. Além disso, quase 4 em cada 10 moradores da cidade (36,9%) estavam em situação de pobreza monetária.

Um aspecto notável identificado pelo estudo foi a representatividade racial na distribuição de renda. A Bahia se destacou como o estado com a maior participação de pessoas pretas ou pardas (71,5%) entre os 10% da população com maior rendimento domiciliar per capita. No entanto, este grupo ainda estava sub-representado, considerando que compunham 81,2% da população total do estado.

Em 2022, a definição de pobreza e extrema pobreza foi atualizada pelo Banco Mundial, o que levou a um aumento no número de pessoas classificadas nessas condições na Bahia. Segundo os novos critérios, era considerada pobre a pessoa cuja renda domiciliar per capita diária estivesse abaixo de US$ 6,85 em paridade de poder de compra, o que equivalia a um rendimento mensal de R$ 637 na Bahia.

Comparativamente, estados como Maranhão, Amazonas e Alagoas apresentaram as maiores proporções de população pobre, enquanto Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal tiveram os menores índices. Em nível nacional, 67,703 milhões de brasileiros (31,6% da população) estavam abaixo da linha de pobreza em 2022.

Além disso, a Bahia se destacou negativamente no contexto da extrema pobreza. Com 1,791 milhão de pessoas extremamente pobres, o estado tinha o maior número absoluto nessa condição em todo o Brasil. Cerca de 22,2% da população em extrema pobreza no estado não recebiam benefícios de programas sociais governamentais, um índice que estava acima da média nacional e representava um leve recuo em comparação a 2021.