As ondas de calor recorrentes, resultado das mudanças climáticas, têm suscitado debates interessantes nas redes sociais. Um dos pontos discutidos é que várias populações asiáticas, notadamente da Coreia do Sul, Coreia do Norte, China e Japão, parecem não ter o característico mau cheiro nas axilas. Essa observação é mais do que um mito, pois é fundamentada em estudos científicos.
De acordo com especialistas, entre 80% a 95% dessas populações possuem uma mutação no gene ABCC11, que está associado ao odor corporal. Essa mutação impede que o corpo dessas pessoas produza o mesmo mau cheiro quando expostas a calor e transpiração. O mau cheiro é geralmente causado pela decomposição de lipídios pelas bactérias na pele, mas a mutação altera essa dinâmica.
Além disso, ela também resulta em menos cera nos ouvidos, tornando-a mais seca.
Um estudo de 2010, publicado no Journal of Investigative Dermatology, revelou que essa mutação também aparece em 3% da população europeia, principalmente no Reino Unido. Embora ainda não esteja totalmente claro por que essa mutação é tão comum entre os asiáticos orientais, alguns cientistas sugerem que a tradição de higiene pessoal pode ter favorecido a seleção de indivíduos com menos odor como parceiros sexuais, aumentando assim a prevalência desse gene.