A expressão “lado escuro da Lua” é frequentemente mal compreendida. Muitas pessoas acreditam que se refere a uma parte da Lua que nunca é iluminada pelo Sol, mas isso é um equívoco comum. Na realidade, o termo “lado escuro” é mais precisamente o “lado afastado” da Lua, que nunca é visível da Terra devido à rotação sincrônica do satélite.
O fenômeno da rotação sincrônica
A Lua realiza uma rotação em torno de seu próprio eixo no mesmo período em que leva para orbitar a Terra, cerca de 27,3 dias. Essa sincronia faz com que apenas uma de suas faces esteja sempre voltada para o nosso planeta. O lado que não vemos é conhecido como o lado afastado ou lado escuro da Lua. Embora essa face não receba luz solar de maneira constante, ela não é permanentemente escura; assim como a face visível, o lado afastado também passa por ciclos de dia e noite.
Características geológicas do lado afastado
O lado afastado da Lua é bastante diferente do lado que podemos observar. Enquanto a face visível é marcada por grandes mares lunares, que são vastas planícies escuras formadas por antigas erupções vulcânicas, o lado afastado é coberto por crateras e montanhas. A superfície é mais acidentada e possui uma quantidade significativamente menor de mares. Essas diferenças se devem em parte à formação e evolução da Lua.
Exploração espacial do lado afastado
A primeira vez que o lado afastado da Lua foi fotografado foi pela sonda soviética Luna 3, em 1959. As imagens revelaram uma superfície cheia de crateras e uma geologia que intrigou os cientistas. Desde então, várias missões espaciais, incluindo as missões Apollo e sondas modernas como a Chang’e 4 da China, têm explorado essa região. A Chang’e 4, em particular, fez história ao pousar na bacia de Aitken, uma das crateras mais antigas e profundas do Sistema Solar, em 2019.
Embora o termo “lado escuro da Lua” possa evocar imagens de mistério, a realidade é que este lado do nosso satélite natural é tão fascinante quanto o que podemos ver. Com suas características geológicas únicas e a exploração contínua por parte de missões espaciais, o lado afastado da Lua continua a ser um campo de estudo valioso para cientistas e entusiastas da astronomia. À medida que a tecnologia avança, novas descobertas sobre essa parte da Lua podem nos ajudar a entender melhor não apenas nosso satélite, mas também a história do Sistema Solar como um todo.