A nova perspectiva sobre a evolução dos Homo sapiens

Um estudo revela que Homo sapiens evoluíram a partir de cruzamentos com Denisovanos, desafiando a ideia de um único ancestral.

(Imagem: frank60/Shutterstock)

Um estudo recente está mudando a maneira como entendemos a evolução dos Homo sapiens. Ao contrário da crença popular, os humanos modernos não descendem de um único ancestral, mas resultam de cruzamentos com várias espécies de hominídeos, incluindo os Denisovanos.

A Dra. Linda Ongaro, que liderou a pesquisa, explica que a ideia de um ancestral comum é uma simplificação inadequada. O estudo, que sequenciou o genoma de uma linhagem extinta, revelou que nossos antepassados tiveram relações com pelo menos três tipos diferentes de Denisovanos.

A descoberta de Denisovanos, que começou em 2010 com a análise de um osso de dedo encontrado na Caverna Denisova, trouxe novas informações sobre a nossa herança genética. Inicialmente, a ciência acreditava que apenas algumas populações, como as de Papua-Nova Guiné, tinham genes denisovanos, mas pesquisas posteriores mostraram que a influência genética é mais abrangente, alcançando também as populações da Ásia e dos nativos americanos.

O novo estudo, publicado na revista Nature, reforça a teoria de que houve múltiplos encontros entre Homo sapiens e Denisovanos, sugerindo que a nossa evolução é um resultado de complexas interações entre várias espécies. Essas trocas podem ter sido cruciais para a adaptação a diferentes ambientes, como evidenciado pelo gene EPAS1, que é essencial para a sobrevivência em altitudes elevadas, e pelo haplótipo TBX15/WARS2, que melhora o processamento de gordura em climas frios.