Em setembro de 2023, o desmatamento no Cerrado brasileiro sofreu um aumento alarmante de 60,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), associado ao Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), foram divulgados nesta quinta-feira, 19, indicando a destruição de 83 mil hectares de vegetação nativa apenas neste mês.
Ascensão acentuada
O mês de setembro deste ano não apenas marcou um aumento em relação a 2022, mas também apresentou um surpreendente crescimento de 242% no desmatamento, se comparado ao mesmo período em 2021. Nesse único mês, foram devastados mais hectares de terra do que em anos anteriores, elevando preocupações sobre a sustentabilidade da região.
Foco no Matopiba
O maior índice de área desmatada foi registrado no Matopiba, um território de fronteira agrícola composto pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Em setembro, a região foi responsável pela destruição de 62,2 mil hectares de reserva nativa, aproximando-se de 75% do total do desmatamento do Cerrado no período. A Bahia liderou o ranking de estados, com 13,3 mil hectares destruídos, seguida pelo Piauí e Tocantins com aumentos significativos nos índices de desmatamento.
Impacto acumulado
Entre janeiro e setembro de 2023, o desmatamento no Cerrado alcançou 742 mil hectares, uma área seis vezes maior do que a cidade do Rio de Janeiro. Isso representa um aumento de 20,6% em relação aos primeiros nove meses de 2022.
Expansão para Minas Gerais
O problema não se limita ao Matopiba. O estado de Minas Gerais também demonstrou um aumento acentuado no desmatamento. Foram registrados 5,3 mil hectares derrubados em setembro deste ano, um aumento de 140% em comparação ao mesmo período em 2022.
O cenário de desmatamento do Cerrado em 2023 revela uma trajetória preocupante e acende um alerta para a necessidade de medidas urgentes para combater a degradação ambiental nesta importante região do país.
